quarta-feira, 3 de março de 2010

Silvio Cardoso Pinto: é perigoso suspender a vacinação

Biólogo desde 1965 e com a experiência de mais de 30 anos de trabalho em laboratórios de produção de vacina de aftosa, o coordenador da Central de Selagem de Vacinas, de Vinhedo/SP, Silvio Cardoso Pinto, classifica a decisão do Paraná de suspender a vacinação contra a Febre Aftosa como ''temerária''. ''É perigosa a idéia de suspender a vacinação em qualquer estado brasileiro que esteja em área de fronteira com outros países da América do Sul. Na minha opinião pessoal, o Paraná deveria primeiro restringir a vacinação, fazendo apenas uma campanha por ano, antes de suspender definitivamente a aplicação de vacina em seu rebanho. Há muito tempo atuo nessa área e, sempre que há um surto, é por falta de vacinação'', comenta.
Questionado sobre o impacto financeiro da decisão paranaense nos laboratórios, ele minimizou o fato, dizendo que a produção de vacina para aftosa não é a única fonte de renda dessas empresas. Ele também disse não entender como o fato da não vacinação pode ajudar nas exportações da carne oriunda do rebanho paranaense.
''Os órgãos internacionais que representam os países que compram carne do Brasil nos visitam para checar se a vacinação de fato está acontecendo, ou seja, querem comprar carne de gado que foi vacinado e, seguramente, está livre da doença. É bom ressaltar que, na carne do animal, não fica qualquer vestígio da vacina. Se o Paraná tiver seu pedido atendido pelo MAPA e realmente parar de vacinar, vai precisar fazer um trabalho muito sério para conquistar a confiança do mercado internacional de que é área livre de aftosa sem vacinação'', finalizou.
A Central de Selagem de Vacinas (CSV) existe desde 1998, quando nasceu de uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), com a missão de apoiar o Plano Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (Pnefa). É lá que cada frasco de vacina contra a aftosa fabricada no Brasil recebe um selo holográfico - o mesmo utilizado nas notas de euro, oriundo de uma empresa alemã - que permite a rastreabilidade total do produto, garantindo a procedência e facilitando a fiscalização, o controle de qualidade e a distribuição das vacinas.

FONTE As informações são da Folha de Londrina, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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