quarta-feira, 5 de maio de 2010

Economista prevê boi a R$ 83/R$ 87 a arroba no 2º semestre

O preço do boi gordo deve ficar entre R$ 83 e R$ 87 por arroba no segundo semestre deste ano, caso a demanda por carne bovina se mantenha aquecida. A estimativa é do economista Alexandre Mendonça de Barros, da MB Associados, que participa do seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2010 e 2011, promovido pela BM&FBovespa. "A grande dúvida é o tamanho do confinamento, entre setembro e outubro", disse. Apesar de o preço da ração animal favorecer a atividade neste momento, o economista ressaltou que o elevado preço do boi magro pode desestimular o confinamento por parte dos pecuaristas. "Os spreads entre os preços do boi magro e do boi gordo estão muito apertados. Os frigoríficos terão de confinar muito para ter oferta no segundo semestre", disse.
O alto custo de reposição, que tem sido apontado como uma das principais razões para a recente valorização do boi gordo, sinalizaria uma extensão do atual ciclo pecuário, na avaliação de Mendonça de Barros. "Já passaram três anos e meio desde o auge da retenção (de fêmeas). Portanto, deveria estar aparecendo mais bezerros, com preços mais baixos. Mas, ao contrário, os preços do bezerro não param de subir", disse.
O economista apresentou duas hipóteses para a manutenção do preço do bezerro em patamares elevados. A primeira é a possibilidade de o rebanho brasileiro ser menor do que o estimado, já que os dados no setor são desencontrados, e, como consequência, o Brasil não estar conseguindo responder à demanda. A outra possibilidade é que a demanda esteja muito firme para os padrões históricos brasileiros e que os preços de reposição estejam se ajustando a uma nova realidade.
Para Mendonça de Barros, o fato de o Brasil estar no meio do ciclo de reversão do ciclo pecuário com demanda doméstica e internacional em recuperação pode esticar esse processo, pois, com os preços em alta, a tendência é de que os produtores continuem retendo as matrizes. Além disso, o cenário externo sugere uma queda na produção em importantes países produtores, que dão sinais de que estão no processo inverso, ou seja, estão abatendo fêmeas.
Na Argentina, por exemplo, mais de 55% dos animais abatidos são fêmeas, comprovando o desestímulo à atividade no país. "Os argentinos estão comendo o rebanho deles", brincou o economista. No Uruguai, o abate de matrizes também ultrapassa 50% do total. Nos Estados Unidos, Mendonça de Barros também observa um encolhimento do rebanho, embora os números não sejam tão alarmantes. "Vemos uma redução do abate à frente", afirmou. "Pode ser que o preço do bezerro continue elevado por mais tempo, porque a demanda pode aparecer", acrescentou.

FONTE: Agência Estado

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