Os preços da carne bovina brasileira no exterior voltaram a se valorizar em abril graças à melhora na demanda e à renegociação de contratos. Mas a alta também já pode estar afetando os volumes vendidos, uma vez que preços mais elevados tendem a desestimular negócios.
Em abril, as exportações de carne in natura e industrializada somaram US$ 355,5 milhões, 17,1% acima dos US$ 303,6 milhões do mesmo mês de 2009, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Do total, US$ 300,2 milhões foram carne in natura (alta de 21% ) e US$ 55,3 milhões de industrializada (queda de 1% ). Os volumes de carne in natura recuaram 8%, para 78.427 toneladas (equivalente-carcaça). Já os embarques de carne industrializada caíram 7%, para 13.144 toneladas.
Os dados mostram que o preço médio do produto in natura subiu 26,6% sobre abril de 2009, para US$ 3.684 por tonelada. "Voltamos a exportar com preços maiores porque a economia está se recuperando e também há uma renegociação de preços por causa da valorização do real [ante o dólar]", afirmou Otávio Cançado, diretor da Abiec. Ele admitiu que a alta também pode afetar os volumes.
No quadrimestre, as exportações de carne in natura alcançaram US$ 1,098 bilhão ante US$ 835,6 milhões nos primeiros quatro meses de 2009, segundo a Abiec. Os volumes somaram 299,9 mil toneladas (equivalente-carcaça) contra 289,8 mil de janeiro a abril de 2009. Isso mostra que o preço médio saiu de US$ 2.883 para US$ 3.663 por tonelada.
"A recuperação acontece, mas ainda estamos abaixo de 2008", comentou Cançado. Em volume, as vendas de carne in natura ainda são 12% inferiores ao mesmo período de 2008 e em receita, 8%.
Os principais mercados para a carne brasileira em abril foram Rússia (28%, Irã (20%), Hong Kong (7%) e Egito (7%). Os percentuais referem-se à receita.
Com informações Valor Econômico
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