quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ativos da pecuária de corte: animais de reposição puxam altas nos custos


Os custos de produção da pecuária de corte brasileira tiveram alta nos cinco primeiros meses de 2010, pressionando para baixo a renda dos criadores. Na média dos dez Estados pesquisados (GO, MG, MS, MT, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o Custo Operacional Efetivo (COE) aumentou 7% de janeiro a maio deste ano. Já o Custo Operacional Total (COT) subiu 5,6% no mesmo período nos dez Estados analisados. Esses dados integram o boletim “Ativos da pecuária de corte”, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). A íntegra da publicação está disponível no Canal do Produtor (www.canaldoprodutor.com.br). Para acessar é só clicar clicar aqui.
A análise da CNA e do Cepea mostra que em maio, o principal fator que pressionou a inflação da pecuária de corte foi a mão-de-obra, com alta de 1,54% no mês, acumulando 10,4% no ano. Outros itens que registraram altas em maio foram sementes e suplementação, em cerca de 1% no mês. A mais forte elevação nos custos operacionais foi registrada no Paraná, Estado que apresenta maior exposição às baixas temperaturas durante o inverno.
Além da elevação dos custos de produção, a pecuária de corte enfrentou também alta nos preços dos animais de reposição: bezerro e boi magro. De janeiro a maio, houve aumento de 12,79% nos preços desses animais. Os animais de reposição representaram nada menos que 14% do total dos gastos dos criadores em maio. As mais intensas elevações de preços ocorreram em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. A boa notícia foi que também foi registrado aumento dos valores pagos pelo preço da arroba do boi gordo no período.
O boletim “Ativos da pecuária de corte” traz também uma análise do potencial brasileiro de oferta de carne , considerando mercados interno e externo. A análise da CNA e do Cepea mostra que há necessidade de que sejam estabelecidas taxas crescentes de produção para que o Brasil ganhe mais espaço no mercado mundial. O Brasil teria potencial para abastecer 59% do mercado mundial de carne caso a produção crescesse 4,4% ao ano até 2015. Com crescimento da produção ao ritmo de 10% ao ano, o Brasil conquistaria 67% do mercado mundial de carne em 2015, indica o boletim.
A composição da alimentação em confinamentos de gado em Goiás, Mato Grosso e São Paulo é outro tema que ganhou destaque nesta mais recente edição do boletim “Ativos da pecuária de corte”. A publicação indica que a atividade de confinamento se fortaleceu nos últimos três anos, elevando a quantidade de bois ofertados no segundo semestre (período de baixas temperaturas e clima seco) e, assim, reduzindo a elevação de preços dos animais, tendência que até pouco tempo atrás era tradicional nesse período.
O alerta para o pecuarista envolve cuidados com a administração dos gastos com a alimentação utilizada nos confinamentos. “É importante para o setor o conhecimento da composição da ração do gado confinado em diferentes regiões para a busca de minimização de custos e alternativas À substituição de itens que podem melhorar as margens da atividade”, avisa o boletim da CNA e Cepea.
FONTE: CNA

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