quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mercado na semana

Aqui temos a escala de abate. Observe o quanto encurtaram as compras de boi nessas últimas duas semanas. Sinal de falta de boi?



Aparentemente sim.

A arroba subiu em função disso. Mesmo o frio no Mato Grosso do Sul não surtiu efeito, até agora, sobre a oferta de animais gordos. Rapaz, esta semana fez 2ºC na fazenda, aqui perto de Dourados. É muito frio.

Paralelamente a essa questão de falta de animais, o bezerro seguiu o comportamento do clima frio e ele também esfriou. Com isso a taxa de reposição subiu — e subiu
forte, diga-se de passagem. Dos 1,8 bezerro/boi que estava dias atrás, hoje você
compra em média 2,2 bezerros com a venda de um boi gordo. Equivale a uma alta
de mais de 20%.



Saíram essa semana notícias falando sobre a queda na quantidade de animais confinados. A Assocon diz que cai. Outras empresas de consultoria também dizem que cai. Bom, vai ver que cai mesmo, né? Essas pesquisas são meio místicas, mas de qualquer forma é um movimento que tem como dar sustentação para a arroba.

Quero dizer, até pelo menos entrar o que sobrou de animais confinados.

Aliás, tenho começado a achar que o preço da arroba do boi não dá a mínima para a quantidade de animais confinados, não dá a mínima para bois a termo, semi-confinamento, variação do dólar, etc... Tenho pensado que são tudo coisas que são utilizadas como desculpas para justificar um determinado movimento daquele ano.

São provas circunstanciais, a meu ver. O mercado pecuário brasileiro é muito grande. Tem hora que se perde essa noção quando se foca muito nos detalhes. Para você ter uma idéia, em 2010 será necessário AUMENTAR em aproximadamente 400.000 bois o que foi abatido o ano passado só para ajustar ao crescimento populacional brasileiro. Isso sem dizer que deveremos exportar 620.000 animais em pé esse ano.

Só esses dois fatores retirarão do mercado um milhão de cabeças. É muita coisa. Isso, de certa forma, põe em perspectiva o tamanho e a grandeza de nosso mercado. Confinamento de 50 mil cabeças? Não dá nem para começar.

Como disse na Carta Pecuária de Longo Prazo, estou animado. Vamos ver no que dá essa história.

ROGÉRIO GOULART


FONTE: SCOT CONSULTORIA

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