O preço da carne deverá continuar subindo na Argentina no que resta do ano. Durante o mês e meio que falta para terminar o ano, esse aumentará em 15% devido às festas e à escassez de oferta, segundo fontes do setor. A alta dos valores de diferentes cortes de carne foi reconhecida oficialmente na Argentina. Por diferentes causas, os preços, como o de muitos outros bens e serviços, elevaram-se significantemente esse ano.
O presidente da Câmara da Indústria e Comércio da Argentina (CICCRA), Miguel Schiariti, disse que os aumentos até o final do ano serão de "10% no mínimo". Já o consultor do setor, Víctor Tonelli, estimou que os consumidores sofrerão aumentos próximos a 15% nos diferentes produtos.
"Por um lado, incidirá o aumento estacional das festas e, por outro, uma retração da oferta que está relacionada ao ano ruim para a maioria dos produtores pecuários", disse Schiariti. Ele calculou as futuras altas considerando o aumento anual de 139% que já acumula o preço do gado e que foi repassado em 80% ao público, segundo dados da entidade. "Na história da relação entre o preço do gado e o preço ao consumidor se demonstra que, apesar das demoras, sempre se equiparam".
A produção diminui, os abates se reduzem, as vendas e as exportações caem. O mercado está diminuindo, assim como suas margens, e isso gera preocupações pela estabilidade de trabalho no setor, disse Schiariti. "A lógica é que a carne siga subindo".
O último informe da CICCRA mostra que, no bimestre de setembro-outubro, o preço médio do gado em pé aumentou em 30% e os cortes ao público, em 14,5%. A má notícia é que não se trata de um problema conjuntural. Como no começo desse ano, no do próximo se esperam novos retoques nos números. "O preço vai seguir muito alto por pelo menos dois anos. A pergunta não é o que acontecerá nesse Natal, mas sim, no do ano que vem e no do seguinte", disse Tonelli.
Um levantamento informal realizado pelo La Nación em diferentes açougues e supermercados da cidade de Buenos Aires mostra os altos preços dos cortes. Os aumentos também foram vistos nos produtos substitutos: as carnes de frango e suína não foram excluídas dos aumentos generalizados.
"Mandam poucos cortes e baixas quantidades. Não dá para nada", disse o encarregado de um supermercado de Palermo que descreve o escasso abastecimento de cortes populares a preços baratos que surgem de um acordo de preços do Governo. O La Nación comprovou a escassa disponibilidade desses produtos nas geladeiras durante seu levantamento.
FONTE: La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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