Pecuaristas de Tangará da Serra são pioneiros na produção de carne orgânica
Mato Grosso além de ter o maior rebanho bovino e bubalino do país, com cerca de 28 milhões de cabeças, é pioneiro na produção de carne orgânica com o maior rebanho brasileiro, aproximadamente 70 mil animais. A produção está concentrada na região de Tangará da Serra (230 km de Cuiabá), é certificada pelo Instituto de Certificação Biodinâmico (IBD), sendo abatida integralmente pela rede JBS-Friboi, que paga de 10% a 18% a mais, em média, aos pecuaristas. Quando o projeto piloto foi implantado havia cerca de 16 propriedades investindo neste tipo de atividade, hoje são quatro.
Os produtores estão vinculados à Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (Aspranor), que tem como presidente o engenheiro agrônomo Henrique Balbino, responsável pela implantação do projeto em Tangará da Serra há cerca de 10 anos. Ele explica que para a criação de gado orgânico há algumas regras importantes a serem seguidas, entre elas a contratação de uma certificadora que exige uma adequação da propriedade. Além disso, é preciso atender ainda a parte social, dando condições de moradia saudável para os funcionários, com todas as crianças na escola, atendimento médico e odontológico, entre outros.
Para serem considerados orgânicos os animais têm de ser criados em pastagens isentas de agrotóxicos e não podem receber suplementação química, nem medicamentos convencionais. A carne orgânica certificada é produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Este sistema produtivo passa por auditoria e certificação, garantindo que carne é produzida da maneira mais natural possível e com preocupação socioambiental. Na aparência, assemelha-se à carne bovina convencional, a diferença está no modo de produção que garante um produto de qualidade muito superior.
Em relação às vantagens para o meio ambiente, são muitas. Há normas que exigem, primeiramente, que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como matas ciliares. A certificadora exige também a proteção de nascentes e de corpos d"água, proíbe a utilização de fogo no manejo das pastagens e, por ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados dentro da unidade produtiva.
FONTE: Gazeta Digital
Autor: Wisley Tomaz
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