Calma, não se assuste! Refiro-me ao fim desta safra.
É isso mesmo, o fim da safra parece estar se aproximando. Um importante driver que nos indica isso é o clima.
De acordo com o IRI, o tempo deverá seguir seco no Brasil central. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás deverão registrar precipitação abaixo do padrão considerado “regular” na próxima semana.
O volume de chuvas deverá voltar apenas a partir do dia 7/6. Os modelos climáticos apontam 5mm a 80mm para a primeira semana de junho. Mesmo assim, o volume só deverá melhorar a partir da segunda semana.
Isso significa que na próxima semana as condições de suporte das pastagens deverão declinar ainda mais do que o que vemos atualmente, ou seja, continuarão forçando a venda de animais por parte do pecuarista, que se verá encurralado.
Ou ele segura o gado à espera de preços melhores e paga o custo de uma alimentação melhor, ou vende a preços de safra e evita a perda de peso.
Porém, após um primeiro momento de necessidade de aliviar a pressão sobre as pastagens – o que acaba levando os preços abaixo – a oferta começa a recuar novamente. É neste momento que ofertas de preços mais altos pela arroba começam a aparecer.
Desde a metade de abril até agora, os preços já recuaram 6%, queda mais intensa e mais duradoura do que a observada em 2010.
Entretanto, de acordo com a Safras & Mercados, o Brasil abateu 10,152 milhões de bovinos no primeiro quadrimestre de 2011 contra 10,846 milhões de cabeças em 2010, queda de 6,4%.
Este também foi o menor volume abatido para o período desde 2004. Considerando apenas abril de 2011, quando foram abatidas 2,322 milhões de cabeças, a queda frente ao mesmo mês do ano passado foi de 15,8%.
Isso significa que a oferta de animais está mais curta, mas também que a demanda por carne bovina enfraqueceu, principalmente devido à perda de competitividade em relação ao frango e ao suíno, cujos preços recuaram significativamente no último mês. Com isso, estas carnes se tornaram mais baratas se comparados ao dianteiro bovino, por exemplo.
De toda forma, caso o consumo se anime nos próximos dias (afinal de contas, estamos no início do mês), ou caso os estoques enxuguem devido à redução da oferta de animais após a grande desova, poderemos ver o início da entressafra entrar na mira do mercado.
É apenas uma questão de tempo. Afinal de contas, o preço do bezerro continua lá em cima, a carne recuou 6%, o grosso da safra parece estar no fim e não parece que o aumento dos custos de produção dará trégua, o que poderá complicar a situação do volume de animais confinados no segundo semestre.
Vale lembrar, entretanto, que uma pesquisa preliminar de intenção de confinamento da Assocon aponta 31% de aumento em relação ao total confinado em 2010.
De toda forma, está na hora de pensar em proteção, não está?
FONTE: www.agroblog.com.br / autor Lygia Pimentel
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