sexta-feira, 3 de junho de 2011

RS - Embargo atinge a região

Rússia para de comprar carne e afeta vendas e empregos de frigoríficos Silva e Castilhense
A Rússia anunciou que proibirá a importação de carne de 27 abatedouros gaúchos e outros 62 no país. Os russos alegam questões sanitárias, mas seria um embargo comercial para reduzir as importações na Rússia. Na região de Santa Maria, a medida atinge dois frigoríficos e afetará os empregos e até os preços da carne.

O Frigorífico Silva, de Santa Maria, emprega 500 funcionários e tem 30% da produção exportada, sendo que a Rússia corresponde por mais de 85% da carne enviada para fora. Com o embargo, o Silva reduzirá de 500 para 400 abates diários a partir da semana que vem e suspendeu a contratação de mais 150 funcionários, que estava prevista para breve. Se o embargo seguir por mais 60 dias, poderá rever o número atual de empregados.

– Como a procura vai diminuir, o preço do gado vai baixar ao produtor. E os preços da carne poderão subir ao consumidor, pois os frigoríficos perdem os créditos de exportação e terão de repassar esse custo ao produto – diz o diretor comercial do Frigorífico Silva, Gabriel da Silva Moraes.

Segundo ele, é possível que ocorra aumento dos preços dos cortes de segunda, que são os mais exportados à Rússia e tinham compensação de valores pelos créditos, ou até uma alta nos valores dos cortes nobres, pois, devido à redução dos abates, haverá menos oferta de carnes de primeira.

Espera – O Frigorífico Castilhense, de Júlio de Castilhos, não sentirá efeitos agora. Ele, que abate 700 suínos por dia e tem 200 funcionários, não exporta. Mas a indústria faz adequações na estrutura para passar a exportar e deve ser inspecionada em 10 dias para receber o aval para vender ao Exterior. Caso passe a exportar, pode dobrar o número de funcionários. Mas só haverá contratações se o impasse com a Rússia for resolvido.

– A torcida é para que o governo reverta essa situação logo. O frigorífico deve passar a abater bovinos caso esse mercado se abra – afirma Maria do Carmo Lorenci, advogada da Cooperativa Castilhense, que arrenda o frigorífico à CAS Agroindustrial, administradora do abatedouro.
FONTE: CLIC RBS

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