sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Consumo chinês de carne bovina crescerá 50%


A evolução da renda dos chineses vai incentivar o consumo de proteínas, principalmente o de carne bovina. Zan Linsen, diretor do Centro Nacional do Desenvolvimento de Carne Bovina na China, diz que em 2015 o consumo médio de carne bovina deverá atingir 10 quilos per capita -o atual é de 6,7 quilos.
Se a previsão se confirmar, a China terá de abater mais 20 milhões de cabeças de gado por ano -quase metade do abate atual do Brasil.
As importações, que atingem 20% do consumo, deverão crescer ainda mais nos próximos anos.
Zan diz que a produção de carne bovina vem crescendo muito e ocupando novos espaços na dieta dos chineses.
Há duas décadas, o consumo de carne suína dominava a alimentação dos chineses, somando 95% do consumo de proteínas. Esse percentual caiu para 65% atualmente.
Assim como ocorre com a carne bovina, o consumo de frango, de carneiro e de carne suína também cresce rapidamente, exigindo fortes investimentos das empresas.
O Shiyang Group, que possui dois frigoríficos na região de Xian, está abrindo mais quatro para chegar ao mercado de varejo.
O maior consumo de proteínas na China exigirá uma alimentação de melhor qualidade para os animais, o que forçará o país a importar mais componentes para rações.
As importações ocorrerão principalmente porque o crescimento da produção de carnes ocorre via empresas, que já dominam 35% desse segmento.
A produção, antes de fundo de quintal, passa a ser feita em grande escala. E esse novo sistema exige o uso de ração de melhor qualidade, à base de soja, diz Zan.
Esse novo cenário, além de abrir as portas da exportação de carnes de qualidade do Brasil para a China, deverá elevar também as importações de soja pelos chineses, segundo ele.
A população rural da China é de 600 milhões de pessoas, que consomem 26 quilos de carne por ano, em média. Na cidade, onde o poder de compra é seis vezes maior do que no campo, o consumo é de 40 quilos.

Comercialização Na China, as vendas de grãos são feitas para um cerealista da vila, que revende o produto para armazéns do governo. Não é permitida a formação de cooperativas -apenas o associativismo técnico.

Solo Chove pouco na região agrícola de Xian, uma das áreas produtivas do país. A agricultura chinesa enfrenta, cada vez mais, a falta de água.

Fertilizantes Os chineses usam, em média, 800 quilos de adubo por hectare. O uso de ureia é intenso, mas o adubo fosfatado também começa a ser utilizado.

Tributação Os produtores chineses pagaram impostos por 2.000 anos. Há cinco anos, ficaram isentos do pagamento. Além disso, recebem um subsídio do governo.

Produtividade As de trigo (6.000 kg/ha) e de milho (8.000 kg/ha) seguem padrões mundiais, mas superam as do Brasil. A de soja (2.000 kg/ha) é baixa.

Plantio Em algumas áreas é feito com pequenos tratores. Já a mecanização na colheita é mais escassa.

Duas safras Os chineses plantam trigo em outubro e colhem em maio. Após a colheita do cereal, eles têm uma janela de apenas uma semana para semear o milho da safra de verão.

Uso de milho Os chineses destinam 65% do milho colhido para a produção de ração. Outros 30% são destinados a fins diversos, como a indústria. Apenas 5% ficam para o consumo humano.

Álcool Na febre da produção de energia renovável em 2005, os chineses seguiram os norte-americanos e entraram no programa de produção de álcool proveniente do milho. Não deu certo.

Terra A chance de os chineses aumentarem a área de cultivo agrícola é zero. Apesar do crescimento das cidades, procuram manter essa área próxima de 120 milhões de hectares.

fonte:Renata Fernandes
Mesa de Derivativos Agropecuários - BM&F
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