O boi causou algumas surpresas em 2011. O criador que investiu em produtividade levou mais vantagem. O animal passou a ser o campeão de renda da propriedade.
De acordo com o último relatório da CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o faturamento bruto da soja em 2011 foi de R$ 49,1. O boi gordo passou à frente alcançando R$ 50,9 bilhões.
O resultado reflete a valorização da carne de boi. Em 2011, o preço ficou acima de 2010 praticamente o ano todo. Só houve uma ligeira queda nos meses de novembro e dezembro. Mas, na média, o produtor recebeu R$ 13 a mais por arroba.
O pecuarista Sandro Belo, do município de Jaraguá, em Goiás, cria os animais pelo sistema tradicional. Ele tem touros para cobrir a vacada, cria o bezerro ao pé da mãe, recria os garrotes e faz a engorda final do boi totalmente a pasto. Ele diz que vendeu boa parte dos animais a R$ 88 a arroba. Mão foi o preço máximo, mas deu pra segurar.
Já o criador Pedro Merola considera que não é hora de pressionar o mercado. Ele só faz confinamento, no município de Santa Helena de Goiás e tem instalações para quase 40 mil bois. O pecuarista também se diz satisfeito com o resultado do ano e entende que a valorização da arroba bateu no limite. “Quem freou a alta esse ano foi o consumidor. Tanto é que eu estou abatendo menos porque não consegue vender a carne ofertada no mercado”, explica.
O pecuarista Gustavo Vianna faz confinamento, mas usa o sistema apenas na fase final de engorda. Ele diz que teve uma boa receita no ano porque fez contratos antecipados, negociando a arroba entre R$ 97 e R$ 100 reais. Ele travou o preço, como se fala na linguagem do setor. “A trava no ano de 2011 teve um benefício que em 2010 não houve. No ano de 2010, quem travou a boiada no primeiro semestre para entregar no segundo não conseguiu o aumento de preço. O preço em 2010 aumentou gradualmente durante todo ano. Já no ano de 2011 o preço começou alto, que vinha de 2010, e foi caindo no decorrer do ano. Quem travou a boiada no primeiro semestre de 2011 para entregar no segundo semestre obteve esse benefício”, avalia.
Os pecuaristas Gustavo Vianna e Alaôr Ávila são vizinhos e têm propriedades separadas por uma bela vereda, no município de Indiara. Eles fazem experiências buscando alternativas para melhorar os ganhos com a atividade.
O criador Alaôr Ávila usa piquetes rotacionados, faz uma boa adubação da pastagem e oferece proteinados mesmo no período das águas. Com isso, engorda até 15 animais por hectare, sete vezes mais que a média nacional. Ele revela que teve este ano uma renda líquida R$ 1,4 mil por hectare.
Fonte: Portal G1 |
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