segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
CARNE BOVINA:RS DEVE FECHAR 2011 COM REDUÇÃO DE 4% NOS ABATES - SICADERGS
Por Arno Baasch - arno@safras.com.br
SAFRAS (30) - Avaliação feita à Agência SAFRAS pelo Sindicato da
Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) indica que
2011 não pode ser considerado ruim, muito embora os números não tenham sido
muito favoráveis. "Devemos encerrar o ano com uma redução de 4% nos abates
frente a 2010, alcançando 1,8 milhão de cabeças", destaca o presidente da
entidade, Ronei Lauxen.
Segundo ele, a redução no volume de abates está relacionada à baixa
oferta de animais, bem como ao cenário ruim do mercado em si, o que contribuiu
para uma diminuição de 20% nas exportações gaúchas de carne bovina.
"Tivemos a questão do embargo russo, que levou a uma diminuição dos
embarques, juntamente com a crise na União Europeia, também por conta do baixo
volume de animais rastreados no estado e aptos a serem embarcados a este
destino", explica.
Ronei destaca justamente a exportação como um ponto negativo neste ano.
"A diminuição dos embarques à Rússia em 85 mil toneladas, mercado que
respondia por cerca de 30% dos embarques gaúchos no ano, acabou impactando por
trazer aumento da disponibilidade interna", disse.
O ponto positivo, por outro lado, foi que mercado interno esteve
razoavelmente aquecido durante todo o ano. "Tivemos um aumento dos preços da
matéria-prima para as indústrias nos meses de novembro e dezembro, o que
trouxe certa dificuldade, pois o consumo, neste período, mostra-se aquecido
para alguns cortes determinados e não para todos, com sobra de oferta que é
difícil de ser colocada no mercado", comenta.
O dirigente projeta que as indústrias de carne bovina gaúchas devem
encerrar o ano com um faturamento de R$ 3,5 bilhões, sendo R$ 3 bilhões no
mercado interno e R$ 500 milhões na exportação.
Realidade do setor não será muito diferente em 2012
De acordo com o presidente do Sicadergs, a realidade para o setor de carne
bovina em 2012 não deve ser muito diferente da deste ano no mercado interno.
"Novidades poderão surgir do trabalho que vem sendo feito junto à base do
governo estadual visando ampliar a produção e a genética. Entretanto, sabemos
que, por se tratar de um ciclo produtivo longo, as ações que vem sendo
implementadas em termos de rastreabilidade, qualidade e produtividade devem
demandar certo tempo para trazer resultados efetivos", afirma.
No segmento exportador, Ronei entende que existe uma possibilidade de
retomada de negócios à Rússia no próximo ano. A tendência também é de
busca de novos mercados, como o norte-americano e outros, cujas negociações
devem avançar efetivamente no momento em que o estado avançar nos processos de
rastreabilidade do gado.
(AB)
Postado por
Eduardo Lund / Lund Negócios
às
13:59
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