O veterinário chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), John Clifford, divulgou nesta terça-feira (24) a seguinte declaração sobre a detecção de Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB (a doença da “vaca louca”) no país:
“Como parte de nosso sistema direcionado de vigilância, o Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do USDA confirmou o quarto caso de EEB do país em uma vaca leiteira na região central da Califórnia. A carcaça do animal está sendo mantida sob autoridade do Estado em um estabelecimento de processamento na Califórnia e será destruída. O animal não foi encaminhado para abate para consumo humano, de forma que não apresentou em momento algum risco para o fornecimento de alimentos ou para a saúde humana. Além diso, o leite não transmite EEB.
Os Estados Unidos vêm há muito tempo integrando medidas de segurança para proteger a saúde humana e animal contra a EEB. Para a saúde pública, essas medidas incluem o embargo do USDA a materiais de risco especificado, ou SRMs, da cadeia de fornecimento de alimentos. Os SRMs são partes do animal que têm mais chances de conter o agente causador da EEB se esse estiver presente em um animal. O USDA também proibiu todos os animais com problemas de locomoção (às vezes chamados de “downer”) de entrar na cadeia de alimentos humanos. Para a saúde animal, a proibição pela Administração de Alimentos e Drogas (FDA) de materiais de ruminantes na alimentação de bovinos preveniu a disseminação da doença no rebanho bovino.
Evidências mostram que nossos sistemas e medidas de segurança para prevenir a EEB estão funcionando, à medida que são ações similares às tomadas por países em todo o mundo. Em 2011, houve somente 29 casos no mundo todo de EEB, um declínio dramático e uma redução de 99% desde o pico em 1992, de 37.311 casos. Isso é diretamente atribuível ao impacto e a efetividade das proibições impostas aos alimentos animais como principal medida de controle da doença.
Amostras do animal em questão foram testadas no Laboratório Nacional de Serviços Veterinários do USDA em Ames, Iowa. Os resultados confirmatórios (usando imuno-histoquímica e testes Western blot) confirmaram que o animal era positivo para uma EEB atípica, uma forma muito rara da doença não geralmente associada com o consumo animal de ração infectada.
Estamos compartilhando nossos resultados laboratoriais com laboratórios internacionais de referência em saúde animal no Canadá e na Inglaterra, que têm laboratórios oficiais de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Esses laboratórios têm uma experiência extensiva em diagnosticar EEB atípica e revisarão nossa confirmação dessa forma da doença. Além disso, conduziremos uma ampla investigação epidemiológica em conjunto com oficiais de saúde pública e animal da Califórnia e com o FDA.
A EEB é uma doença neurológica progressiva entre bovinos que é sempre fatal. Ela pertence à família das doenças conhecidas como encefalopatias espongiformes transmissíveis. Os animais afetados podem apresentar nervosismo ou agressão, postura anormal, dificuldade de coordenação e para se levantar, redução na produção de leite ou perda no peso corpóreo apesar da continuidade do apetite.
Essa detecção não afeta de forma alguma o status de EEB dos Estados Unidos conforme determinado pela OIE. Os Estados Unidos têm em vigor todos os elementos de um sistema que a OIE determinou que garante que a carne bovina e os produtos de carne são seguros para consumo humano: proibição na ração de mamíferos, remoção de materiais de risco especificado e uma forte vigilância.
O USDA continua confiante na sanidade do rebanho nacional e na segurança da carne bovina e dos produtos lácteos. À medida que a investigação epidemiológica progridir, o USDA continuará a comunicar as descobertas de forma oportuna e transparente.”
Em 23 de dezembro de 2003, o primeiro caso de EEB foi descoberto em uma vaca holandesa adulta no Estado de Washington. Em 24 de junho de 2005, o USDA confirmou um caso de EEB em uma vaca no Texas. Em 15 de março de 2006, o terceiro caso positivo foi confirmado em uma vaca em Alabama.
Em julho de 2006, o USDA mudou para um programa de vigilância que correspondia à prevalência extremamente baixa da doença nos Estados Unidos. A prevalência nos Estados Unidos é de menos de 1 caso por milhão de bovinos adultos.
Um porta-voz da Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos (USMEF, sigla em inglês) se recusou a comentar se essa descoberta teria algum impacto nas exportações de carne bovina dos Estados Unidos ou nas relações com os parceiros comerciais.
A reportagem é do MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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