Por: Roberto Witter
Faltando cerca de dois meses para o início dos remates de terneiros na região, o preço médio a ser pago para os produtores ainda é incerto. Consultorias apontam um período de mercado aquecido para os gados de reposição, mas titubeiam ao arriscar números exatos. A tendência, entretanto, é de que em abril o valor do quilo vivo esteja próximo dos R$ 4,00.
Atualmente, o quilo vivo do boi, que baliza o preço dos terneiros, está sendo negociado entre R$ 3,30 e R$ 3,40. Tradicionalmente, os animais recém-desmamados são vendidos por um preço entre 15 e 20% superior ao valor pago pelo boi.
A variação deverá depender da raça e do desenvolvimento de cada exemplar, explica o veterinário e consultor Fernando Velloso, da FF Velloso e Dimas Rocha Assessoria Agropecuária, que tem sede em Porto Alegre. Ele afirma que a perspectiva é positiva, tanto para terneiros, quanto para novilhos e vacas de invernar.
“Se a venda ocorresse hoje, o valor estaria ao redor dos R$ 4,00, mas é arriscado fazer uma previsão, pois o preço do terneiro está atrelado ao do boi, e não sabemos como vai estar o mercado do boi gordo em abril”, explica.
Também médico veterinário e consultor, só que atuando em Pelotas, Eduardo Lund arrisca uma opinião mais otimista. Ele utiliza dados observados nos últimos 30 anos para embasar a tese de que o valor poderá chegar, até mesmo, a R$ 4,20.
A valorização da soja, que capitaliza agricultores das regiões norte e noroeste do Estado são uma causa. Os produtores são tradicionais compradores de bovinos da metade Sul, e invernam o gado durante a entressafra da oleaginosa.
“Frigoríficos e empresas que exportam gado também costumam buscar nesta época uma mercadoria abundante aqui (terneiros de qualidade e bem desenvolvidos). Outro fator relevante é que as feiras oficiais oferecerão juros subsidiados, o que aumenta as vendas, e estes remates são balizadores de preço. Por último, o preço do boi gordo tem se mantido estável”, enumera Lund, para justificar a projeção positiva que faz.
A ausência de seca também será uma vantagem, já que os animais estarão mais pesados este ano, se comparados a 2012, o que deve garantir melhor remuneração ao produtor.
Mercado externo
O mercado externo de carnes ainda não deu mostras claras de comportamento. De acordo com Velloso, a Índia surge com força no cenário mundial e deve aumentar sua produção em 2013.
Uma das tendências é de que eles ampliem as exportações principalmente para países que fazem poucas exigências sanitárias na hora do abate. O crescimento indiano pode significar um mercado externo mais concorrido em relação a outros anos.
Em contrapartida, a tendência é de que a Rússia mantenha o ritmo crescente de exportações. O país do Leste europeu é o destino de quase 27% da carne que deixa o Brasil e em 2012 comprou 4,3% a mais do que em 2011.
Nenhuma das variáveis, no entanto, traz certezas para o mercado em 2013.
“A questão do Paraná (um caso não clássico do mal da vaca louca foi descoberto no estado, o que causou o embargo à carne brasileira em diversos países) deixou os russos em alerta e eles cogitam renegociar preços. Novo incremento da exportação para a Rússia, sem alteração de preços, poderia melhorar o mercado brasileiro, mas atualmente não temos como prever”, afirma Renato Bittencourt, analista da Scot Consultoria, uma das principais empresas de assessoria agropecuária do país, com sede no interior de São Paulo.
FONTE: DIÁRIO POPULAR
FONTE: DIÁRIO POPULAR
Nenhum comentário:
Postar um comentário