No mês que vem começa a temporada de confinamento do gado de corte em Mato Grosso e em algumas regiões do país. Nesta fase do ano em que as chuvas chegam ao fim e o clima fica mais seco, a maior parte das espécies forrageiras começam um processo natural de perda de nutrientes, principalmente proteínas e minerais. Neste período também o rebanho passa a merecer cuidados especiais com a alimentação. Segundo especialistas, para equacionar esse problema característico da pecuária de criação extensiva a pasto, cresce o número de pecuaristas que recorrem ao confinamento como alternativa para condicionar melhor seus rebanhos de engorda e terminação, no período que antecede ao abate.
Este ano porém, em função dos problemas de excesso de chuvas que aconteceram em Mato Grosso, o número de animais no cocho deve aumentar. Além disso, os custos para ter estes animais alojados e bem alimentados também devem ser maiores, se comparado com o ano passado.
De acordo com o responsável pelo setor de confinamento da Estância Bahia, o zootecnista Maurício Dellai, o número de pecuaristas que utiliza a empresa para confinar seus animais deve aumentar significativamente este ano por conta do atual quadro. A procura está sendo maior, revela.
No ano passado, conforme Dellai na propriedade da Estância Bahia de Cuiabá, na BR-364, na saída para Rondonópolis, foram confinados em torno de 15 mil cabeças de gado de corte. Já na fazenda localizada no município de Água Boa (730 km a Leste de Cuiabá), o número aumentou de 2009 para 2010 de 25 mil cabeças para cerca de 45 mil. "Avaliamos que os produtores, principalmente aqueles que tiveram problemas com morte de pastagens em função da grande quantidade de chuvas, devem confinar seu gado, pois o confinamento tem como objetivo, além de manter a nutrição de seus animais, fazer com que eles ganhem peso de forma mais consistente e mais rápido". O zootecnista diz ainda que os produtores ao tomarem a decisão de fechar o animal em cocho têm que analisar o custo de produção, observando o preço dos principais grãos utilizados, como milho, soja e caroço. Além do custo do animal magro e o preço que ele vai ser vendido depois.
O confinamento é um sistema de criação de bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com área restrita, com fornecimento de alimentos e água em cochos. É mais utilizado na fase de terminação, muito embora bezerros desmamados, novilhos e novilhas em recria, bois magros e vacas "boiadeiras" (de descarte) também possam ser alimentados assim. Tal prática ocorre na época de seca, ou seja, durante a entressafra da produção de carne, visando alcançar melhores preços no momento de pico.
FONTE: Gazeta Digital
Autor: Wisley Tomaz
Nenhum comentário:
Postar um comentário