A partir desse mês, o Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai deverá inspecionar os estabelecimentos de engorda de gado existentes no país, registrá-los e habilitá-los oficialmente. A operação pretende revisar 50 empresas.
O Governo uruguaio vem negociando com as autoridades da União Europeia (UE) o acesso da carne bovina uruguaia a um contingente especial de cortes de alta qualidade, procedentes de gados que nos últimos 100 dias tenham tido uma dieta à base de grãos (carne de animais confinados). A cota tem tarifa zero, o que a torna mais favorável que a cota Hilton (de 6.300 toneladas para o Uruguai concedida pelos europeus onde vão cortes de maior valor), mas tem exigências concretas que precisam ser cumpridas. Em contrapartida, a carne produzida sob esse protocolo exigido contará com valores diferenciais no mercado que fazem com que seja bastante atrativo seu cumprimento.
O Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC) será o certificador dessa carne de alta qualidade e o grosso do volume será fornecido por 40 a 50 confinamentos com maior volume de gado, que já estão funcionando no país.
Até agora, o MGAP, com o apoio da Associação Uruguaia de Produção de Carne Intensiva Natural (Aupcin) já apresentou o formulário de registro às empresas e, agora, executará nesse mês as primeiras inspeções para começar a registrar os estabelecimentos. "Vamos visitá-los, apresentar a eles as exigências e começar a habilitar as empresas que cumpram com as normas. A ideia é ir armando uma lista de estabelecimentos habilitados, para adiantar ante as gestões da cota de carne de alta qualidade que se negocia com a UE", explicou o titular da Divisão de Sanidade Animal do MGAP, Federico Fernández.
Fernández disse que, nessa primeira etapa, "seriam entre 40 - 50 os estabelecimentos de engorda a serem visitados, que eram os que o MGAP já tinha notificado". Até agora, não há mudanças nas exigências para ter acesso ao registro oficial. "Há exigências de instalações, sanitárias e ambientais". Precisamente, as exigências sanitárias são controladas pela Direção Nacional de Meio-Ambiente (Dinama). Os currais de engorda não podem estar localizados em centros povoados, próximo a cursos d'água ou contaminar o solo.
"A ideia é visitar os estabelecimentos, entregar os formulários e instruir as empresas sobre a norma. Posteriormente, o MGAP dará um tempo para ver se tem algum tipo de adaptação em seu sistema produtivo", disse Fernández. A pecuária uruguaia começou a entrar no sistema de confinamento na década de 90 e hoje, o uso de currais de engorda está muito arraigado.
FONTE: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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