segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Assocon revisa para baixo projeção de confinamento

Recuo nos preços no fim do primeiro semestre fez com que pecuaristas reduzissem número de animais na primeira etapa de confinamento
Marcela Caetano e Mônica Costa

A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) revisou para baixo as perspectivas para o confinamento de animais neste ano. No começo de 2011, a previsão era de incremento de 31% no número de animais confinados. Após consulta aos associados, a projeção passou a ser de aumento de 11% a 12% sobre os resultados do ano passado, quando 300 mil animais foram confinados.

A pesquisa considera 62 confinamentos associados a entidade nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Pará e Maranhão.

O recuo na estimativa, segundo Bruno Andrade, zootecnista da Assocon, é resultado da queda na entrada de animais no cocho no primeiro ciclo de confinamento (nos meses de abril e maio). “No fim do primeiro semestre, os preços futuros se aproximaram muito dos praticados no mercado físico e o custo de produção estava muito elevado, o que desestimulou os produtores”, explica.

Ele acredita que, com a recente recuperação dos preços da arroba, a atividade deve ganhar fôlego. No entanto, afirma que não há como recuperar o recuo registrado no primeiro semestre.

Andrade ainda pondera que o aumento dos custos de aquisição de alimentos, que cresceu, em média, 20% em julho deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, pode levar produtores a reavaliarem suas estratégias. “Muitos pecuaristas fazem ciclo completo e, dependendo do investimento na alimentação, podem optar por manter os animais no pasto.”

Na semana passada, o Instituto Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária (Imea) divulgou seu segundo levantamento sobre as perspectivas de confinamento em Mato Grosso, no qual projeta aumento de 34,7%. A oferta deve atingir 798.410 cabeças, ante as 592.834 cabeças confinadas durante a entressafra do ano passado.

Para Otávio Celidônio, superintendente do Imea, o aumento foi uma surpresa, pois a expectativa era de redução em relação a abril. Ele atribuiu a reversão de tendência à boa rentabilidade do negócio, que está acima de 20%. Cesar de Castro Alves, analista da MB Agro pondera que o mês de julho foi excepcional em termos de recuperação no mercado futuro, “ tenho a impressão de que isso deve ter estimulado muita gente confinar este ano, o que pode surpreender e segurar os preços”.

O economista afirma que, com a melhora no volume de animais confinados, o teto do preço do boi gordo não deve chegar ao patamar atingido em 2011. "No ano passado, tinhamos menos animais confinados e houve um pico em novembro, com uma pressão forte por causa de seca. Este ano, não teremos estes vetores. Tudo indica que as chuvas vão chegar antes e o confinamento não será tão pequeno”, conclui.

Fonte: Portal DBO

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