terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pecuaristas gaúchos estão otimistas com alta no preço do boi

Boa oferta de animais no Estado não vai significar prejuízo este ano
Thais Davila Porto Alegre (RS)
Quando chega a entressafra do boi no centro do país, o Rio Grande do Sul inicia o abate do gado que estava na integração com a agricultura. Geralmente, a época é de preços mais baixos para os criadores gaúchos. Mas este ano, com a seca no Centro-Oeste e a entrada de um novo frigorífico de inspeção federal, a boa oferta de animais no Estado gaúcho não vai significar prejuízo ao pecuarista.
O preço do boi no Rio Grande do Sul já esteve melhor este ano, conforme informações do Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado. Chegou a R$ 2,90 o quilo-vivo em junho, contra R$ 2,70 neste mês. A vantagem agora é que o preço está semelhante ao registrado no Centro-Oeste, o que favorece as compras das indústrias gaúchas.
– A situação está positiva. Não tem concorrência. A indústria não deve buscar em outros Estados, enquanto bater o preço. É muito mais vantajoso abater o nosso animal aqui, que tem a preferência do consumidor – afirma o diretor do Sindicato das Indústrias de Carnes do RS, Zilmar Moussale.
E mesmo às vésperas da entrada da maior oferta o Rio Grande do Sul, em torno de 180 mil cabeças de gado, as lideranças encaram a situação como positiva, pela liquidez que o pecuarista vai encontrar.
– A expectativa nossa é que a gente não sofra esse impacto de maior oferta em setembro e outubro. O que tinha que acontecer, já aconteceu. Nossa expectativa é de que os preços se mantenham com tendência de alta para os próximos meses afirma o diretor da Federação de Agricultura do RS (Farsul), Fernando Adauto.
– Nós temos uma bela oferta mesmo. Então a indústria vai abater toda e qualquer oferta que os produtores fizerem – concorda Moussale.
O otimismo das lideranças se reflete nos pecuaristas. Dirceu Olea Dornelles Filho é pecuarista na fronteira oeste do Estado há 20 anos e acredita que o mercado do boi está vivendo um bom momento:
– Neste momento, em que todos os produtos primários estão em condições desfavoráveis, a carne é uma exceção. Nós temos uma condição que ainda não é excelente, mas é uma condição boa para a comercialização. O preço do produto está em um patamar bastante satisfatório e nós acreditamos que ainda há condições de evoluir. Até o final do ano, esperamos que atinja patamares ainda melhores.

FONTE: CANAL RURAL

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