De tempos em tempos surge aqui no BeefPoint a discussão sobre os benefícios ou prejuízos da exportação de gado vivo para o Brasil.
Na maioria das vezes produtores avaliam que esta é uma boa oportunidade, já que ajuda no escoamento da produção e o navio se apresenta como mais um concorrente no mercado. Este pensamento pode ser encontrado em comentários como o do José Manuel de Mesquita: "Ainda bem que não conseguiram bloquear este tipo de operação, apesar de terem tentado. Atualmente é a única forma de escapar dos grandes "monopólios de abate". Que tal tipo de comercialização seja incentivado, protegido e difundido, quem sabe assim as coisas mudam por aqui".
Por outro lado, existem muitos que pensam diferente, essas opiniões convergem para a questão do bom desenvolvimento do setor. Os argumentos são que esta modalidade de exportação traz poucos ganhos para o setor e para o Brasil, já que gera empregos em outros países e couro e miúdos também são processados no exterior.
Desta forma separei alguns dados que nos ajudam a entender um pouco como está a evolução deste tipo de negociação, bastante criticada por uns e elogiada por outros, mas que com certeza veio para ficar e deve ser acompanhada de perto.
Se fizermos uma comparação com o número de animais abatidos do IBGE ( janeiro a setembro), temos que o volume de gado exportado vivo ainda é pequeno e representa algo em torno de 2% ou 3% de tudo o que foi abatido no Brasil durante os 3 primeiros trimestres de 2010 (22.055.512 de cabeças). Mas o crescimento deste tipo de operação tem sido interessante - em 2010 o volume cresceu 24%.
Vale lembrar que até o momento a influência da exportação de boi em pé tem sido bastante regional, com a maioria dos embarques acontecendo no Pará. O que temos que avaliar é se esse crescimento é uma tendência, apenas um pequeno nicho de mercado ou uma oportunidade momentânea.
Gráfico 1. Exportações brasileiras de gado em pé
Gráfico 2. Evolução das exportações de gado em pé em 2010
Gráfico 3. Origem das exportações de gado em pé em 2010
Gráfico 4. Destino das exportações brasileiras de bovinos vivos em 2010
FONTE: BEEFPOINT
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