quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Oferta de boi para abate será menor que a de 2010, diz Acrimat

De acordo com a associação, situação só se normaliza no final de 2013
Agência Estado
Suzana Inhesta
A situação crítica de oferta de boi gordo para abate em Mato Grosso, observada no ano passado, deve continuar em 2011 e pode até ficar pior, segundo o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari. Em entrevista por telefone à Agência Estado, Vacari ressaltou que, embora a recomposição do rebanho no Estado esteja ocorrendo, com uma diminuição do abate de fêmeas e nascimento de bezerros, o estoque de machos disponíveis para abate diminuiu.
– Veremos não só 2011 como um ano de oferta restrita de animais, mas 2012 e 2013 também. Conforme nossas previsões anteriores, a oferta irá se normalizar somente no final de 2013, início de 2014, quando os bezerros de hoje serão abatidos – disse.
Vacari previu para 2011 preços bastante firmes da arroba.
– Isso porque estamos levando em consideração somente a oferta, sem inserir a demanda, que deverá continuar crescendo. Se essa disponibilidade de animais será suficiente para atender a essa demanda, aí é tema para outro estudo – completou.
Segundo levantamento da Acrimat, com base nos dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) e do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estoque de machos disponíveis diminuiu em 2011 ante 2010, passando de 4,181 milhões de cabeças para 3,950 milhões de cabeças. Em 2012, as previsões são de que esse número aumente um pouco, para 4,053 milhões de cabeças, e, em 2013, quando a expectativa é de uma melhora real da oferta, o estoque de machos será de 4,540 milhões de cabeças.
– A situação fica ainda pior quando consideramos as idades próprias para abate – ressaltou Vacari.
No modelo atual de produção brasileira, a idade para se abater um boi é de 36 meses ou mais. Em 2011, a quantidade de machos disponíveis para a abate com esse tempo de vida é de 1,331 milhão de cabeças, 209,504 mil cabeças a menos que 2010. Em 2012, o número passa a 1,207 milhão de cabeças, recuo de 124,174 mil cabeças ante 2011. A trajetória de queda desses animais dessa idade continua em 2013, quando o número passa para 1,162 milhão de cabeças, 45,377 mil cabeças a menos que 2012.
Em contrapartida, o estoque de machos entre 24 e 36 meses tende a aumentar nos próximos anos. Na comparação de 2011 sobre 2010, ainda há registro de queda, de 21,759 mil cabeças de machos. Mas em 2012 ante o ano imediatamente anterior, o aumento será de 227,082 mil cabeças e, em 2013 sobre 2012, o avanço será de 532,646 mil cabeças.

fonte: AGÊNCIA ESTADO

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