terça-feira, 11 de dezembro de 2012

BNDES poderá ser maior acionista da Marfrig em 2015, diz BofA


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será o maior acionista da Marfrig em 2015, aponta relatório publicado hoje pelo Bank of America (BofA). Pelos cálculos da instituição, o banco estatal terá uma participação de 31,3% do capital do frigorífico após a conversão total de debêntures em julho de 2015. A controladora MMS Participações ficaria com 30,2% das ações da companhia.
Em julho de 2010, o BNDES adquiriu R$ 2,5 bilhões em debêntures obrigatoriamente conversíveis em ações da Marfrig. Pelos termos do contrato, o banco estatal faria a conversão do montante em ações da Marfrig ao preço de R$ 24,50 em julho de 2015. A escritura das debêntures previa, no entanto, que o BNDES poderia converter todas as debêntures no caso de uma emissão de ações da Marfrig. Nesse caso, em vez de trocar os papéis ao preço de R$ 24,50, o banco estatal faria a conversão no mesmo preço do fixado na emissão de debêntures.
No fim de outubro, a Marfrig anunciou que faria uma emissão de ações para levantar cerca de R$ 1 bilhão e quitar sua elevada dívida de curto prazo. Com isso, foi disparado o “gatilho” para que o BNDES convertesse todas as debêntures. Se assim o fizesse, BNDES poderia ver sua fatia na empresa saltar dos atuais de 13,94% para mais de 40%. Para evitar diluir sua participação, o empresário Marcos Molina chegou a um acordo com o banco estatal. O BNDES concordou em converter apenas um terço do total da oferta.  Os dois terços restantes serão convertidos em julho de 2015. Por ser desvantajosa para o banco estatal, a decisão de não converter a totalidade dos títulos está sendo analisada pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Como a Marfrig levantou R$ 1,05 bilhão a R$ 8 por ação com a emissão de ações na semana passada, o banco estatal converterá R$ 350 milhões pelo mesmo preço, segundo cálculos do BofA. Nessa primeira fase, prevista para o início de 2013, a BNDES elevará sua participação na Marfrig de 13,9% para 19,7%, segundo o BofA. A controladora, por sua vez, terá sua fatia reduzida de 49,6% para 35,3%. Já as ações em livre circulação passarão de 25,4% para 37,3%.
Nas contas do BofA, o BNDES poderá converter mais R$ 2,15 bilhões em julho de 2015, a R$ 24,50 por ação. Quando isso a acontecer, projeta o banco de investimentos, o BNDES aumentará sua participação para 31,3%, se tornando o maior acionista individual. Já a controladora ficará com 30,2% e as ações em livre circulação em 32,2%. Apesar das projeções do BofA, o BNDES pode não se tornar o maior acionista em 2015. Até lá, o empresário Marcos Molina pode comprar mais ações e aumentar sua fatia na Marfrig.
Fonte:  Valor Econômico

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