O Ministério da Agricultura decidiu e informou, na noite desta segunda-feira (10), que proibiu temporariamente que criadores usem um aditivo alimentar chamado ractopamina e outros betabloqueadores, que promovem o crescimento muscular em animais como porcos e bovinos. Segundo o ministério, a proibição se deve pelo receio de que Brasil tenha a carne vetada por seu maior importador, a Rússia.
De acordo com a pasta, a proibição estará em vigor até que o Brasil estabeleça um sistema de segregação para carnes suínas e bovinas produzidas para o mercado externo, onde o aditivo alimentar é proibido na carne. A ractopamina não é autorizada para o consumo humano, mas é permitida pelas Nações Unidas como um aditivo alimentar limitado para animais.
A ractopamina está em uma classe de drogas conhecidas como betainibidores ou bloqueadores, que neutralizam os efeitos da adrenalina no sistema nervoso e diminuem os batimentos cardíacos. Nos animais, segundo veterinários, ela promove o ganho de massa muscular.
O ministério informou que baniu a ractopamina e outras drogas betainibidoras desde 12 de novembro, após a Rússia comunicar a exigência de que as futuras importações de carne estivessem livres da droga e que alguns estados exportadores teriam que certificar sua carne.
Nesta segunda-feira (10), a Rússia disse que iria intensificar os testes na carne importada dos Estados Unidos (EUA) e do Canadá em busca de traços do aditivo proibido. A União Europeia e a China já têm certas restrições sobre o uso de drogas na carne.
"É uma questão de tempo", disse Alexandre Mendonça de Barros, diretor da empresa de consultoria MB Agro. "O Brasil não tem nenhum laboratório a essa altura preparado para lidar com esse tipo de teste e certificação".
“Ainda não está claro se o Brasil estava usando ractopamina em base comercial, disse Jerry O' Callaghan, diretor de relações com investidores da JBS SA, a maior exportadora de carne do mundo.
"Segundo entendemos, só foi usada experimentalmente com restrições de quarentena neste ano. A impressão, pelo que o governo vem dizendo, é que o produto não será usado em momento algum, até que um sistema de separação confiável esteja em vigor que satisfaça os países que compram carne brasileira", disse O'Callaghan.
Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, o Brasil exportou 896.670 toneladas de carne e a Rússia importou 212.456 dessa quantia, segundo números publicados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
FONTE: DIARIO DE PERNAMBUCO / http://www.diariodepernambuco.com.br
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