foto ilustrativa
É chegada a primavera e o nascimento dos terneiros está apenas no seu início,
fruto dos acasalamentos do ano anterior. Começamos a ver como andaram as
doses de sêmem escolhidas para inseminação e seus métodos (I.A/IATF) e se
os touros utilizados como repasse estão passando suas características aos
seus descendentes. Preocupamo-nos com as curadas de umbigo, a castração
ou não, o aparte de machos e fêmeas, entre outras tantas atribuições no qual
cada produtor terá dentro da sua propriedade no que se refere a arte de
produzir terneiros com qualidade. Porém ao mesmo tempo em que a roda esta
girando, temos que partir do começo novamente e iniciarmos a safra do
próximo ano, escolhendo sêmem, comprando touros, apartando vacas,
pesando novilhas... É época também de discussões, troca de experiências e
aprendizados em tantos eventos que ocorrem durante as exposições de
primavera. As informações chegam a galope e não mais ao tranco como
antigamente e faz com que o produtor se assuste ou crie coragem para encarar
mais um ciclo que sustenta sua propriedade, seu negócio, sua família. É
assustador vermos as cifras que outras atividades vêm alcançando frente à
pecuária. Antes a invasão das florestas e agora a soja que vem esmagando,
por que não dizer assim, a pecuária. Por outro lado é encorajador vermos o
cenário que nos é mostrado por números em relação ao futuro da população
mundial e o quanto esta demandará de alimento. As exigências por qualidade
também começam a aflorar cada vez mais, tornando uma boa carne vermelha
um artigo de luxo para um futuro nem tão distante assim.
Pelos fatos decorridos, cada produtor chegará a sua conclusão e estabelecerá
por onde navegar neste cenário que nos é proposto, pois temos que entender
que já algum tempo temos que produzir o que o mercado deseja e não mais o
que nos agrada. Por isso não tenho medo de dizer que a base da pecuária, que
é o sistema de cria, sempre foi e sempre será uma arte. Produzir o melhor
terneiro que se possa, como se estivesse produzindo o melhor vinho, elaborar os
cruzamentos como se estivesse escolhendo a melhor tinta para pintar um
quadro, pois tudo que encanta, apaixona e nos traz prazer podemos dizer que
é arte. Neste caso, a arte de produzir terneiros pelo pampa gaucho é algo que
esta no sangue, na retina e na sabedoria do produtor pecuário, que agregada a
novas tecnologias não se compara a nenhum outro negócio e que esta
comparação fique no íntimo de cada um. Por que como diz um poeta:
“Quem não sabe de onde veio, não sabe para onde vai”.
Luiz Mascarenhas Neto, Primavera 2013.
Administrador Rural - Produtor de terneiros
Fazenda Curupira - Pedro Osório
Um comentário:
Produzir, o que seja, é uma arte e produzir terneiros, cordeiros e potrancos é um prazer!
Parabéns Luiz
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