segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Os remates além das porteiras

Foto: Divulgação/Assessoria
Leilões 2013
 
 

Desde setembro se multiplica o número de remates de gado no Estado, na chamada temporada de primavera. São muitos os milhões de reais envolvidos na compra e na venda de gado. No ano passado, foram R$ 30 milhões apenas com a venda de 4.470 touros, sem contar milhares de vaquilhonas, terneiros e terneiras negociados no período. Neste ano, calcula o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler), Jarbas Knorr, os ganhos devem ser ainda maiores.

– O valor médio dos animais nos primeiros leilões está entre 15% e 20% maior. Estão indo para as pistas animais de melhor qualidade, e os produtores estão capitalizados pela soja e financiando eles mesmos as vendas, o que estimula a compra – avalia Knorr.

De acordo com dados do Sindicato Rural de Uruguaiana, até agora os principais remates da cidade já movimentaram R$ 7 milhões. E cifras milionários são registradas em diferentes regiões. Em Dom Pedrito, no sábado, o 41º Remate Guatambu, Alvorada e Caty faturou R$ 1,3 milhão. Na feira de terneiros de Lavras do Sul, onde foram ofertados, também no sábado, 1,8 mil animais, todos foram vendidos. O preço médio chegou a R$ 807 (alcançado quase R$ 1,5 milhão). Em novembro, haverá novo remate, com igual número de animais, espera o presidente do Núcleo de Produtores de Terneiros de Corte da cidade, Ângelo Etchichury.

– O leilão movimentou a região como um todo. Tinha criador de São Sepé, Bagé, Dom Pedrito, Caçapava do Sul e outras cidades – comemora Etchichury.

Por mais que se some mesmo cada pequena venda de animais, o valor envolvido diretamente nas pistas ainda não daria a dimensão exata do total de negócios gerado por esses remates. No entorno, há ganhos para os segmentos de transporte, trabalho temporário e hotelaria.

– É visível a circulação de pessoas promovida pelos leilões. Vem muita gente de fora, a partir de setembro, em busca de animais e de genética. Em alguns hotéis, nos dias de remate, os pecuaristas chegam a representar 30% da ocupação – calcula Édson Mainardi, presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Uruguaiana.

Vale lembrar que a temporada está só começando. Até dezembro, ainda haverá muito gado em pista, hotéis ocupados, animais transportados e leiloeiros batendo martelo, sobretudo em cidades da Fronteira Oeste, da Campanha e da Metade Sul.

Fonte: Zero Hora

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