Quando ainda estava por começar o período de comercialização de touros desta primavera 2013, o que mais eu ouvia era a pergunta de qual a projeção de preços para esta temporada. Ao mesmo tempo, eu retrucava com outra pergunta: "qual é a tua expectativa?", e aí quase todos me respondiam: "Se conseguir vender pelos preços do ano passado, ficarei muito contente".
Compreensível esta expectativa, até porque, em uma visão simplista e com um cenário de boi gordo nos menores preços do ano, terneiros que há pouco se vendiam em média a R$ 4,20 o Kg vivo, sendo vendidos a R$ 3,70 e ainda com poucos compradores ( volta, navio!!!! ), grandes áreas de campo usadas na pecuária destinadas a agricultura, além de tantas outras coisas, como por exemplo a relação de troca com boi gordo ou terneiro ( histórico, meu avô já dizia... ), o que poderíamos esperar?
Mas a temporada começou e continua indo muito bem, ótimos preços para os touros e fêmeas com idade e capacidade reprodutiva, com valores em média 20% superiores ao ano passado.
Foi a partir daí que tentei entender e responder àquelas indagações que cito ao começo de meu texto, e cheguei à conclusão de que a palavra chave deste resultado é:
CONSCIÊNCIA (que no dicionario médico é definido como Estado do sistema nervos o
central que permite pensar, ob servar e interagir com o mundo exterior.)
Sim, nosso pecuarista está lúcido, observador, interagindo de bate pronto com o cenário que está se apresentando, e acima de tudo, com consciência.
- Consciência de que com a perda de grandes áreas da pecuária para agricultura (diga-se soja como a principal), um dos caminhos para obtenção de bons resultados financeiros, (principalmente para pecuária ) passa pela integração lavoura/pecuária.
- Consciência de que na busca por atender mercados alternativos, que não só simplesmente o do boi gordo, mas também o de exportação de gado em pé ( navio ), o de recria e venda de novilhos para outros estados do Brasil ( São Paulo, em especial ), ou mesmo de melhores preços obtidos através de bonificações através de programas de carne de qualidade e certificadas ( marcas de carnes, novilho jovem, restaurantes, gourmets, Mac Donalds, etc ) altamente exigentes em qualidade, precisa-se mais do que nunca de QUALIDADE GENÉTICA que começam pela compra de bons touros ou sêmen, além, é claro, de sanidade e nutrição.
- Consciência de que a reposição ano a ano vem se tornando mais cara, e a partir daí, muitos pecuaristas estão incrementando seus rebanhos de cria para produzirem um ciclo completo, ou mesmo tradicionais invernadores partindo para se auto abastecerem ( se não em 100%, pelo menos, boa parte), diminuindo, assim, a dependência da produção de terceiros.
Ou seja, a consciência, aliada à experiência, à determinação, à clareza de visão, à oxigenação de idéias e conceitos, estão e vão continuar fazendo esta transformação tão importante de paradigmas da nossa pecuária e vão mostrar que ela pode e deve ser rentável.
Com trabalho e inteligência eu acredito em uma pecuária viável !!!!!
Até mais...
Eduardo Lund
Médico Veterinário e Consultor da empresa Lund Negócios
site www.lundnegocios.com.br
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Um comentário:
Muito boa análise Eduardo,temos que estar conscientes do desafio:produtividade,qualidade e baixo custo!
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