quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

2014: pintando bonito para nossa pecuária

por Fernando Velloso
Fabiano Tito Rosa: palestra trouxe projeções para 2014
Fabiano Tito Rosa: palestra trouxe projeções para 2014
Crédito: Reprodução/FS
Nessa época de final de ano é sempre usual falar sobre as expectativas para o ano que chega, cenários, análises, perspectivas, etc.
Pois bem, de diversas fontes ouve-se a mesma expectativa: que 2014 será um ano muito positivo para a pecuária brasileira. Creio que faz muito sentido, pois os argumentos são lógicos e bem fundamentados. A mais recente palestra que assisti sobre tendências de mercado do boi e carne foi do analista Fabiano Tito Rosa (Minerva Foods), no BeefSummit Brasil (dia 11 passado, em Ribeirão Preto). Ele traz as seguintes informações que fortalecem o nosso negócio para 2014.
 
Longo prazo
- Necessidade de aumento de 70% à produção de alimentos até 2 050 (deveremos chegar aos 9,6 bilhões de habitantes);
- Para as carnes a previsão é de aumento de 85% também nos próximos 35 anos;
- O alimento (e a carne) deverá vir da América do Sul, pois esta é a região onde ainda existe área e água;
- Neste cenário, o Brasil tem tido grande destaque, pois comparativamente à média do mundo teve crescimento muito superior em rebanho, abates, produção de carne e exportação. O mercado de carnes cresceu muito nos últimos 15 anos, porém o Brasil cresceu muito mais que seus concorrentes. Este comportamento deve continuar também para os anos futuros.
 
Curto prazo
- Devemos seguir com oferta elevada de gado em nível nacional e com abates recordes, porém a sustentação de preços (e bom preços) se dará pela forte e crescente demanda;
- Algumas importantes plantas frigoríficas foram reabertas em 2013 e deverão dar mais força ao movimento de alta;
- Ainda exportamos pouco de nossa produção (aproximadamente 12%), mas com esta “pequena” parcela nos posicionamos entre o 1° e 2° lugares na exportação de carne do mundo. Para 2014, a previsão é de redução de produção de nossos principais concorrentes exportadores: EUA (menos 6%) e Austrália (menos 2%). Na ponta do consumo existem boas perspectivas de aumento da participação dos compradores Hong Kong, China, Indonésia e até Estados Unidos;
- O dólar deverá seguir em forte tendência de alta, podendo chegar, ao final de 2014, em R$ 2,65. Esta situação fortalecerá muito as nossas exportações de carne;
- No mercado interno da carne bovina espera-se cenário razoável bom e no mercado externo prevê-se situação muito boa;
- A conjuntura de curto prazo leva a uma previsão de pecuária favorável, alta na preço do boi e desfavorável para a agricultura.
 
Muito bem. Curto e longo prazos estão a favor do mercado do boi e da pecuária. Regionalmente, já estamos sentindo este fato e o boi no RS vem ganhando valor a cada semana. O cenário nos dá confiança para fazermos mais investimentos em tecnologia nas propriedades e ganhos em produtividade virão do aumento de natalidade, aumento de desfrute, aumento do peso das carcaças e melhorias em carga animal (lotação). Mãos a obra, pois o vento está a nosso favor.

fonte: Folha do Sul

Nenhum comentário: