Se em 2013 se comemorou o bom momento do agronegócio gaúcho e brasileiro, onde o Estado teve a segunda maior colheita da história e recorde na produção de soja, em 2014 se contemplará a maior produção de todos os tempos no Rio Grande do Sul. É o que indicam os prognósticos de entidades que avaliam a produção de grãos. A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a safra gaúcha de grãos chegue a 30,73 milhões de toneladas, 8,7% acima das 28,85 milhões de toneladas do período 2012/2013 e acima do recorde da safra 2010/2011 de 28,88 milhões de toneladas. Os últimos números da Emater também consolidam uma safra recorde de grãos (29,26 milhões de toneladas). Além da soja, os números apontam um recorde na produção de trigo no Estado, com uma colheita de 2,91 milhões de toneladas do cereal.
De acordo com o gerente-técnico da Emater, Dulphe Pinheiro Machado Neto, é cedo para se chegar a uma avaliação da expectativa da safra, pois as culturas de verão estão em período de plantio. No entanto, o desenvolvimento da semeadura leva a crer que a tendência deve se confirmar. No milho, os indícios de redução de produção já foram revertidos no último levantamento da Conab, que mantém uma estabilidade próxima de 5,5 milhões de toneladas. Para a soja, a previsão é de que a colheita ultrapasse as 13 milhões de toneladas colhidas no Estado. Já os números da Emater apontam colheita de 12,76 milhões de toneladas.
O crescimento da soja no Estado, além dos preços, se deve também à entrada da oleaginosa em espaços da Metade Sul. A dobradinha, que trouxe resultados para os arrozeiros na safra passada, vai se repetir com força neste período 2013/2014. “Mais de 300 mil hectares de soja serão plantados em terras arrozeiras”, estima o presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira.
Os reflexos do bom momento, que deve se estender por 2014, são celebrados pelas indústrias de máquinas agrícolas. De janeiro a novembro, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o número de unidades comercializadas foi de 77,21 mil. A perspectiva é que se ultrapasse as 80 mil unidades vendidas neste ano, consolidando um ano de recorde nas vendas. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, o fato se deve à manutenção do juro do PSI em 3,5%.
Cenário do campo
Preços: Para o analista de mercado Carlos Cogo, o ano será de preços elevados para a soja e um pouco menores para o milho, mas ainda acima de valores médios praticados em outros anos. “O produtor deve entrar o quinto ano de preços remunerados. As duas culturas representam cerca de 90% da renda no setor de grãos”, explica. No arroz, segundo o especialista, o ano deve ser de estabilidade de preços.
Clima: Os próximos seis meses serão de normalidade climática, segundo os prognósticos do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul (Coopaergs). No entanto, conforme a coordenadora do órgão e pesquisadora-chefe da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Bernadete Radin, podem ocorrer períodos com menor intensidade de chuva, o que é tradicional na época. “A cultura do milho é mais sensível à deficiência hídrica. A soja tem uma tolerância maior à falta de chuva”, salienta. As indicações aos produtores são o escalonamento do plantio em alguns períodos e a diversificação do uso de variedades.
Clima: Os próximos seis meses serão de normalidade climática, segundo os prognósticos do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul (Coopaergs). No entanto, conforme a coordenadora do órgão e pesquisadora-chefe da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Bernadete Radin, podem ocorrer períodos com menor intensidade de chuva, o que é tradicional na época. “A cultura do milho é mais sensível à deficiência hídrica. A soja tem uma tolerância maior à falta de chuva”, salienta. As indicações aos produtores são o escalonamento do plantio em alguns períodos e a diversificação do uso de variedades.
Otimismo para o mercado das carnes
Prejudicados pelos embargos impostos pelos demais países, os setores de carnes do Brasil preveem um ano mais tranquilo a partir de 2014. A expectativa dos dirigentes das entidades promotoras das exportações brasileiras é de abertura de novas fronteiras e a reconquista de mercados.
O setor de carne bovina espera fechar o ano com exportações de US$ 6,5 bilhões de toneladas, 15% acima dos US$ 5,7 bilhões exportados em 2012. O recorde foi atingido em novembro, com o valor de US$ 6 bilhões embarcados. Para o próximo ano, segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, a expectativa é chegar a US$ 8 bilhões em comercialização. “Acreditamos que até o final do primeiro semestre consigamos reverter alguns embargos como China, Japão, Arábia Saudita, entre outros”, salienta.
Para os exportadores de carne de frango, a expectativa é atingir até o final de dezembro uma receita de US$ 8 bilhões, com estimativa de crescimento de até 2,5% do mercado internacional para os brasileiros. Conforme o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, novos mercados e ampliações de embarques para países já compradores estão na pauta. “Temos novas plantas aprovadas para a China, temos também possibilidade de abrir mercado em países como Paquistão e Mianmar”. A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) projeta para 2014 crescimento acima de 15% nas exportações em volume. Segundo o presidente da entidade, Rui Vargas, a demanda externa continuará aquecida.
Nestor Tipa Júnior
fonte: Jornal do Comércio
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