- Frigorífico Marfrig:
Para o Grupo Marfrig, o ano de 2001, foi marcado pelo arrendamento e aquisição da segunda unidade industrial e processamento de carne bovina, localizada na cidade de Promissão (SP). Esta unidade é conhecida por abater animais de alta qualidade e por ter dado o “start” das atividades de exportação com a marca “GJ”, hoje renomada e de reconhecida qualidade no mercado internacional.
Durante o tour pela unidade, foi apresentado o programa de fomento Angus Marfrig, lançado em 2007.
O Grupo Marfrig incentiva o uso de reprodutores avaliados, comprovando DNA de alta maciez/marmoreio e certificados pela Associação Brasileira de Angus (ABA), através de inseminação artificial convencional ou em tempo fixo (IATF). Todo o processo de inseminação, diagnóstico de gestação, nascimento dos bezerros e apartação de lotes é assistido por técnicos especializados e credenciados no Programa Fomento Angus Marfrig.
O objetivo do programa é fomentar a produção de animais com genética Angus (grau de sangue mínimo 50%), a fim de regularizar o fornecimento de carne de alta qualidade certificada.
Após apresentação do programa, tivemos a degustação de um bife Angus, preparado por Renato Galindo, gerente de Linhas Especiais do Grupo Marfrig e responsável pelo posicionamento estratégico e comercial das principais marcas do Grupo.
Fizemos uma visita dentro da fábrica conduzida por Renato Galindo, e Ademir Conrado, gerente do processo. Ambos apresentaram toda a planta em um nível rico de detalhe, a área de desossa e produção de cortes tem um mix variado de produtos de qualidade, neste dia foram produzidos cortes Marfrig Angus e Bassi Wagyu.
Esta unidade é bastante focada em segurança alimentar, produz de forma limpa e organizada. Na sala de resfriamento podemos ver animais da raça Wagyu. Esta unidade também exporta para diversos países, portanto há grande preocupação com o pH da carne, consequentemente com as temperaturas e com o tempo em que o produto fica em cada fase do processo.
- Confinamento JBS – Swift Black:
No município de Guaiçara, no interior de São Paulo, a JBS Confinamentos, trabalha na produção de cortes nobres, com a marca de carnes Swift Black, que, segundo Fernando Sagrado, responsável pelo confinamento Swift Black, se diferencia pela maciez, por ser uma carne suculenta e de sabor comparável com as melhores do mundo.
Os critérios que são mais preconizamos no projeto Swift Black são animais com até quatro dentes e que podem virar seis dentes no confinamento no momento do abate, animais que são castrados e o racial, que é pelo menos um animal cinco oitavos britânico.
Além do manejo, a nutrição é outro diferencial na terminação dos animais. Na fazenda tem um sistema que mistura e distribui os ingredientes. São pelo menos sete para ração. Farelo de soja e milho são os principais. No confinamento, o gado recebe três tipos de dieta: de adaptação, de crescimento e de terminação, que tem uma boa densidade energética, ou seja, tem muita proteína. Não são permitidas dietas a base de caroço de algodão e arroz.
Os animais ficam no confinamento de 120 a 130 dias. É um período maior do que o confinamento para o gado considerado comum, por isso a eficiência na chamada conversão alimentar destes animais é menor. O gado especial precisa comer oito quilos de matéria seca para produzir um quilo de carne. O gado comum come dois quilos a menos e dá a mesma produção. A desvantagem é compensada pela qualidade da carne, que é vendida por um preço incomparável.
Vale destacar que os animais são trazidos de produtores do Rio Grande do Sul e logo que os animais chegam é feito o trabalho de apartação, quando então são avaliados nos padrões que a empresa deseja. Em seguida o gado é vacinado e recebe uma identificação e então são alocados no sistema de confinamento, até que fiquem prontos para o abate. A carne Swift Black JBS é distribuída principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e em alguns pontos de venda distribuídos pontualmente pelo país.
- Companhia Agropecuária Monte Alegre (CMA):
No segundo dia de visitas, levamos os palestrantes internacionais para conhecerem o confinamento Monte Alegre em Barretos e fomos recebidos pelo médico veterinário, André Luiz Perrone dos Reis, que aposta em valores sólidos para o negócio, tais como a sustentabilidade, o bem-estar dos animais, a segurança alimentar, a continuidade dos serviços e a cooperação mútua através de grandes parcerias.
No início, o negócio era um pequeno confinamento de terminação, com capacidade para 300 cabeças, mas essa performance foi alavancada, com aumento de sua capacidade, nível de operação e seu nicho de atuação, até transformar-se mais tarde num negócio agropecuário nos moldes internacionais.
A estância, que nasceu voltada ao sistema de cria e recria de animais a pasto, utilizava em sua origem o confinamento como ferramenta de término das vacas descartes do rebanho, ou seja, para seleção, assim as vacas com produção baixa iam sendo trabalhadas para engorda. Desta forma, o confinamento era uma ferramenta do negócio.
Depois, a estância partiu para terminação das vacas descartes e terminação dos animais produzidos na propriedade. Conforme o trabalho ia evoluindo, num segundo estágio, passou à compra estratégica de bois magros para terminação em confinamento, desenvolvendo um sistema de engorda eficiente e estratégico, com foco na venda da carne.
Em pouco tempo esse trabalho evoluiu, motivado por indicações de pecuaristas da região. Com isso, o espaço foi transformado em um boitel. Passando a envolver diferentes tipos de parceria. Em cerca de sete anos, a estrutura estática do espaço foi ampliada e chegou a atender 7 mil animais.
Neste momento, foi dado um passo maior de crescimento e a estância fechou uma parceria com o frigorífico Minerva, o que impulsionou as suas frentes de operação. Em 2010, o confinamento implantado ampliou sua capacidade para 12 mil cabeças de boi e atualmente a capacidade atingiu a marca dos 16 mil animais.
A estância ficou conhecida como CMA (Companhia Agropecuária Monte Alegre) e sincronizou seu trabalho na pecuária com a plantação de cana, visando a produção de energia, o mercado de açúcar e álcool, além de que passou a produzir forragem de feno.
No que se refere ao confinamento solidificou parcerias e relacionamentos com o setor agropecuário, desempenhou uma performance de alto padrão e investiu em diferenciais que visam estabelecer em primeiro lugar a segurança alimentar de seu produto final.
Sendo a responsabilidade socioambiental, outro valor intrínseco à macro conduta da companhia, que desenvolve ações e programas que valorizam o seu relacionamento com colaboradores e comunidade.
Durante a visita ao confinamento fomos surpreendidos por André Perrone que ofereceu um delicioso almoço pra nos receber, almoço preparado pela equipe Queima do Alho, companhia responsável por manter a tradição e a cultura do peão de boiadeiro, aquele que “campeava” e levava o gado de uma região para outra com suas tropas, confira abaixo algumas imagens deste autêntico e delicioso almoço:
- Pólo Regional da Alta Mogiana, na Apta de Colina:
Ao término do último dia de visitas, fomos ao Pólo Regional da Alta Mogiana, na Apta de Colina, conhecer um pouco mais o trabalho dos zootecnistas Flávio Dutra de Resende e Gustavo Rezende Siqueira. Durante a visita, Flávio Dutra nos apresentou a fazenda como um todo, contanto sua história e destacando todas as características principais, para que esta seja então um centro de pesquisa de sucesso, como vem sendo nestes últimos anos.
A Fazenda do Estado, onde a APTA funciona, tem uma área total de 1.000 alqueires, dos quais 20% são utilizados pela Escola Agropecuária e o Recinto da Festa do Cavalo. Do restante, 30% se destina a reserva legal e aproximadamente 8% como área de preservação permanente (APP), 420 alqueires (42%) são utilizados no plantio de culturas e criação de animais utilizados no desenvolvimento dos diversos projetos de pesquisa.
Assim, para adequação à legislação ambiental, em parceria com o DER, em 2011, foram plantadas 140 mil árvores nativas na Unidade, o que possibilitou recuperar 100% da APP e ampliar a reserva legal.
O Pólo também tem conseguido aprovar projetos nas mais diferentes agências de fomento do país. Para Colina, ter uma unidade da Apta é prova de que as pesquisas realizadas lá, além de se tornarem conhecidas no meio científico, tem contribuído para o avanço do agronegócio brasileiro.
Flávio Dutra contou que a descentralização, com a criação dos Pólos Regionais, contribuiu bastante para a evolução das pesquisas, principalmente na Unidade de Colina que conta atualmente com 13 pesquisadores, a maioria com título de doutor obtido nas mais renomadas universidades brasileiras.
Antes da criação da Apta, o Pólo Regional da Alta Mogiana trabalhava somente com pesquisa na área de equídeos, bovinos de leite e corte. Com a criação da Apta Regional, Colina recebeu mais 10 pesquisadores e as ações se diversificaram.
Vale destacar que Colina é conhecida como Capital Nacional do Cavalo e que a Apta é responsável por fornecedor cavalos da raça brasileira de hipismo para o policiamento da capital e interior. O animal é fruto de um projeto de melhoramento da raça e da adoção de práticas de bem-estar animal.
Em Colina, também, nasceu o primeiro jumento oriundo de sêmen congelado, tecnologia inédita no mundo e que possibilitará maior intercâmbio entre os diversos criadores do país.
Assim, todas as pesquisas desenvolvidas no Pólo de Colina são importantes, mas algumas estão com maior visibilidade no setor produtivo, como é o caso do projeto de produção de leite a pasto e demais projetos relacionados ao uso de suplementação e qualidade da carne em bovinos de corte.
Artigo elaborado pela Equipe de Conteúdo do BeefPoint.
Nenhum comentário:
Postar um comentário