Está dada a largada para a temporada de reposição dos touros nas fazendas de corte espalhadas pelo país.
As estatísticas não são muito precisas, mas estima-se a venda de 50 mil reprodutores até o final do ano. São machos com média de dois anos de idade, nascidos, portanto, em 2008, e prontos para iniciar a cobertura do impressionante rebanho de fêmeas das mais diferentes raças, especialmente de origem zebuína (nelore, brahman, guzerá e outras) e taurina (simental, angus e outras).
Estima-se que a pecuária brasileira tenha mais de 50 milhões de fêmeas em idade de reprodução e, dessa forma, prontas para acasalamento e produção de bezerros.
Considerando que cada macho cobre, em média, 20 fêmeas e que há ainda a venda de mais de 4 milhões de doses de sêmen de corte por ano, são utilizados todos os anos 2 milhões de reprodutores na pecuária brasileira.
Sem dúvida, está aí mais um número espetacular da atividade.
Os especialistas recomendam que um macho deva permanecer em reprodução durante cinco ou seis anos.
Depois desse tempo, a eficiência reprodutiva cai, gerando a consequente redução da produção de bezerros por ano. Torna-se assim necessária a reposição de cerca de 20% do plantel de machos a cada ano.
O leitor mais atento percebe que 20% representam algo em torno de 400 mil reprodutores por ano. Mas como, se a venda estimada é de 50 mil machos por ano?
Pois é. A verdade é que:
1) Os pecuaristas brasileiros estão estendendo, e muito, a utilização de machos na reprodução;
2) Muitos criadores -e aqui, infelizmente, está incluída a maioria- colocam em reprodução animais sem avaliação, sem qualidade genética. O grande desafio da pecuária nacional nos próximos anos é avançar em termos de qualidade genética. E tudo começa agora, com a comercialização de machos para reprodução.
Oferta há. E de excelente qualidade. Um núcleo de selecionadores está fazendo o trabalho mais difícil: colocar genética aditiva e melhoradora à disposição das centenas de milhares de projetos pecuários que ajudam a compor a pecuária brasileira.
Essa genética já está perfeitamente adaptada às condições do país e pronta para ser multiplicada. E a preços bastante atrativos para os produtores.
Dependendo da raça, pode-se adquirir um reprodutor de excelente padrão a partir de R$ 4.000.
Se o criador fizer contas, fará esse investimento de olhos fechados, porque equivale de cinco a sete bezerros de corte.
Como o touro gera mais de cem bezerros em sua vida reprodutiva, é mais do que compensador.
Infelizmente, porém, essa é uma conta que somente os pecuaristas profissionais fazem. A grande maioria, infelizmente, ainda não se deu conta de que a compra de touros de qualidade agora significa redução de custos e aumento da produtividade. Ou seja, mais renda nas fazendas.
*Paulo de Castro Marques, empresário e pecuarista, é proprietário da Casa Branca Agropastoril, especializada na criação de gado angus, brahman e simental sul-africano
Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo no dia 14/07/2010
FONTE: Folha de São Paulo
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