quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Boi firme no físico. Enquanto isso… na BM&F…

O mercado do boi gordo, depois de uma tendência quase imutável de alta, registrou algumas quedas no físico e uma forte pancada na BM&F. No físico o indicador registrou máxima de R$117,18/@ e permanecia acima de R$115,00/@ até ontem, mas na BM&F os negócios saíram de R$117,00/@ no dia 9/11, registraram mínima de R$102,40/@ na sexta-feira passada (12/11) e hoje retomou o patamar de R$108,00/@.
Como comentado na última semana, a velocidade e força da queda lembram 2008, quando o mercado saiu de R$102,40/@ e foi até R$90,00/@ em uma semana. Na realização da semana passada a queda chegou a R$14,00/@ ou -12,5%, ante os 12,1% de 2008. Com isso, a volatilidade do mercado nos últimos 5 dias ultrapassou os 40%, enquanto nos últimos meses trabalhou perto de 20% e antes dificilmente ultrapassava os 15%.
A mudança de rumo no mercado deve-se ao aumento na oferta de gado para abate nas últimas semanas, o que tirou a sustentação do mercado e permitiu que os frigoríficos alongassem as escalas para cerca de uma semana, pelo menos na região de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A dificuldade no repasse das altas nos preços da carne bovina para o varejo foi outro fator de pressão, diante do consumo mais fraco de 2ª quinzena.
A oferta nas últimas semanas foi composta por gado de cocho, semi-confinamento e pasto, em proporção decrescente e nada expressiva, mas com certeza melhor que a observada há cerca de 1 mês. Em inúmeros casos é possível observar que houve antecipação do abate para aproveitar os preços mais altos, assim como aproveitar a boa relação de troca com o bezerro.
Nestes momentos de alta volatilidade a análise do cenário fica mais complicada, afinal estamos longe de um consenso no mercado. Diante da melhora nas escalas de abate, os frigoríficos saíram das compras e forçaram recuos nos negócios. O volume, entretanto, recuou e a continuidade desse movimento dependerá da oferta real no curto prazo.
Com a queda no preço da carne bovina, os frigoríficos de menor porte têm menos fôlego para pagar no boi gordo, sobretudo se o boi casado perder os R$7,00/kg. Por outro lado, a proximidade do final de ano quando o consumo costuma melhorar impulsionado pelas festividades pode indicar que o movimento atual é de ajuste, tirando parte da euforia do mercado, mas sem alteração no cenário altista.

FONTE: www.agroblog.com.br/ autor LEONARDO ALENCAR

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