Depois de atingir o fundo do poço entre 2008 e 2009, o setor da pecuária em Mato Grosso, Estado com o maior rebanho do país, recuperou a rentabilidade a partir do segundo semestre do ano passado e faz projeções otimistas para 2011.
Há dois anos, a crise na produção gerou o fechamento de 17 unidades frigoríficas e calotes milionários.
O cenário positivo é descrito em um balanço da Associação dos Criadores de Mato Grosso. Segundo a entidade, a elevação nos preços pagos ao produtor coincidiu com a estabilidade nos custos médios de produção.
A arroba do boi gordo, que em 2009 teve pico de R$ 68,03 à vista, alcançou R$ 97,79 em novembro.
"Houve, no segundo semestre, uma recuperação. O produtor vinha operando no vermelho havia vários anos", afirmou José João Bernardes, presidente da associação.
O mercado interno, diz a entidade, ajudou o setor a enfrentar a crise. Também houve retomada nas exportações: 214 mil toneladas (20% a mais do que em 2009), tendo o Oriente Médio como principal destino (33%).
"Os números comprovam que foi o melhor dos últimos seis anos, tanto na recuperação do preço como nas exportações, o que vai refletir nos próximos anos de maneira positiva", disse Otávio Celidonio, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola.
Um dos mais afetados pela crise, o grupo Independência interrompeu abates e pediu recuperação judicial em março de 2009, com dívidas de mais de R$ 3 bilhões.
Na lista de credores estavam 494 pecuaristas de Mato Grosso, que tinham R$ 55,6 milhões a receber. Um acordo para pagamento em parcelas foi feito em novembro.
INDÚSTRIA
Os sinais de que a crise não foi superada vêm da indústria. Segundo a associação, das 40 unidades frigoríficas com o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal) no Estado, 17 não funcionaram em 2010, um impacto de 30% sobre a capacidade local.
"O setor tirou lições dessa crise e evoluiu. Hoje 72% dos negócios são fechados à vista", disse Bernardes.
FRASE
"Os números comprovam que [2010] foi o melhor nos últimos seis anos. Isso vai refletir nos próximos anos de maneira positiva"
Fonte: Folha de São Paulo
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