quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Perspectivas de exportações de carne bovina para 2011

O ano passado (2010) foi marcado pela retomada do crescimento das exportações de carne bovina in natura após a crise econômica iniciada em 2008 e seus funestos efeitos colhidos ao longo de 2009.
O que ocorreu é que com a escassez de crédito, as vendas de carnes para os clientes internacionais foram fortemente impactadas, nesses dois anos, e até agora mostram dificuldade para se recuperar plenamente, apesar de grande melhora em 2010.
Pode-se dizer que o fundo do poço ocorreu em fevereiro de 2009, quando o preço médio da tonelada de carne bovina in natura exportada caiu para US$ 2.816,67, uma queda de 36% em comparação com outubro, mês que antecedeu os efeitos da crise sobre o mercado pecuário.
Em termos de volume, a queda foi de 26% e quando falamos em receita total, o impacto foi de assustadores 53%!
É claro que isso aconteceu há mais de dois anos e não é muita novidade para quem acompanha o mercado pecuário, mas a intenção de evidenciar o passado é explicar a forte reação registrada para as exportações em 2010 e tentar enxergar as maiores probabilidades para 2011.
Falando em volume total, 2010 tinha tudo para apresentar recuperação total em relação a 2008.
Entretanto, com os abates reduzidos devido à alta capacidade ociosa da indústria, a escassez de animais, o real valorizado frente ao dólar e o acelerado ritmo do consumo interno, o segundo semestre não teve fôlego e deixou bastante a desejar. O resultado: aumento de 3% em relação a 2009, mas queda de 7% em relação a 2008.
Pois bem! Do passado já sabemos. Mas o que nos reserva 2011?
Bem, a economia global definitivamente encerrou 2010 no positivo. Os países desenvolvidos, mais impactados pela recessão, mostram recuperação consistente devido ao aumento da demanda dos países em desenvolvimento por bens de capital. Enquanto isso, as economias emergentes mostraram alguma moderação no ritmo de crescimento nos últimos dois meses. Em 2011 a expectativa é de continuação do processo de consolidação desse panorama.
Em relação aos países emergentes, entretanto, há grande preocupação com a inflação, que tem sido estimulada pela forte valorização dos preços das commodities. Para conter cenário semelhante ou bolhas inflacionárias, os governos deverão aumentar as taxas de juros para moderar o ritmo de expansão.
Resumindo: o apetite dos países emergentes poderá reduzir em 2011.
De toda forma, a redução desse apetite poderá tirar o suporte da valorização das commodities. As importações dos países emergentes superaram em muito o volume daqueles desenvolvidos em 2010. Observe a tabela a seguir:
Tabela 1. Ranking e share dos países importadores de carne bovina brasileira.



Fonte: Elaboração XP Agro

Portanto, tomando tal cenário como base, estima-se que os países emergentes continuem seu crescimento, mas que ele mostre um desempenho menos acelerado em relação a 2010.
O efeito de tal movimento deverá ser sentido sobre as exportações, que continuarão a crescer, entretanto, em ritmo menor se comparado a 2010 (caso a projeção acima se confirme).

FONTE: BIGMA CONSULTORIA

Nenhum comentário: