O aumento no preço da arroba do boi de R$ 72,00 em 2008 para pouco mais de R$ 100,00 no ano passado devolveu o otimismo aos pecuaristas da região de Umuarama, uma das que mais criam gado de corte no Paraná. “Depois de passar três anos registrando prejuízos, enfim chegou a hora de lucrar um pouco”, diz Sidney Lujan, que trabalha com engorda de gado em confinamento.
Lujan recorda que a década passada foi de altos e baixos. E antes da reação do preço em 2010, foram três anos trabalhando no vermelho. Ele diz que investiu alto na estrutura para confinar a média de mil cabeças de gado ao ano e estava desanimado até o primeiro semestre do ano passado, quando teve de vender a arroba do boi a R$ 71,00. “Isso torna a atividade inviável e desestimula os investimentos.”
A situação do gado em confinamento é ainda mais delicada. No dia em que o animal atinge o peso esperado, os pecuaristas sentem-se pressionados a vender, e acabam tendo de aceitar as ofertas dos frigoríficos.
A expectativa de que o valor da arroba continue entre R$ 95,00 a R$ 100,00 reanima o setor. Muitos pecuaristas da região de Umuarama estavam migrando para o cultivo de cana-de-açúcar. “Agora ninguém mais quer saber de arrendar seus pastos”, afirma Lujan. “Mas quem trabalha com cria e recria na região está investindo em matrizes porque os preços voltaram a ser bons.”
O pecuarista João Augusto Toesca, que cria touros para reprodução, conta que o animal, antes vendido com 30 meses, agora está saindo 8 meses mais novo, um sinal de que o rebanho está em expansão. Em sua avaliação, por causa do aumento estimado em 30% nos custos, a pecuária ganha viabilidade só com a arroba de boi em pé acima de R$ 100,00.
Com rebanho no Paraná e em Mato Grosso – líder nacional na produção de bovinos, com 28 milhões de cabeças –, Toesca defende que o caminho é a profissionalização. Ele acompanha em tempo real as oscilações do mercado mundial quando tem boi para vender. “A gente demora três anos para deixar um boi pronto para o abate e não pode perder dinheiro na hora da venda.”
Fonte: Gazeta do Povo
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