terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Boi inteiro ou castrado?

É interessante como a internet e principalmente as redes sociais podem aproximar pessoas com os mesmos interesses. Claro que é muito chato quando você está conversando com alguém e essa pessoa fica o tempo todo mexendo no celular, mas esta tecnologia é uma maneira moderna e dinâmica de se manter informado e também discutir sobre os mais diversos temas.
Na semana passada assistimos a um debate muito interessante no Twitter. Boi castrado ou boi inteiro: o que é melhor?
Roberto Barcellos postou na rede de microblogs: "Boi inteiro x boi castrado. Produtor x frigorifico. Cada vez mais o consumidor influenciará nesta briga. Pode demorar, mas já tem algo no ar (.), por outro lado é bom de demore, pois não temos qualidade. Salvo alguns projetos que somados dão menos de 1% [do volume comercializado].
Leonardo Alencar comentou que realmente "já tem algo no ar, mas ainda falta conscientização! O consumo é crescente nas classes onde o fator predominante é preço".
Falando sobre produtos diferenciados e carne de qualidade, Otávio Juliato levantou a questão do porque "muitas boutiques de carne, com produtos e preços premium, não conseguem decolar". Ele concorda com Leonardo Alencar que falta conscientização. "Quem paga um preço maior, prefere o "Bife de Tira" da "casa" da moda, do que levar o bifão pra casa", completou Juliato, fazendo referência de que ainda hoje as carnes especiais e com qualidade garantida não foram encorporadas ao dia a dia da população brasileira.
Deixando um pouco de lado a questão da percepção do consumidor sobre carne de qualidade e partindo para a discussão de castrado ou inteiro, Fabiano Tito Rosa http://twitter.com/#!/fabianortr, do Minerva, comentou que hoje o boi casado capão está valendo R$ 0,50 a R$ 0,70/kg a mais que o inteiro. Em arroba equivaleria de R$ 7,5 a R$ 10,5 de plus.
Rogério Goulart, editor da Carta Pecuária fez a seguinte avaliação: "com prêmio se compraria boi melhor acabado, compraria sim", e alfinetou Fabiano Tito Rosa, do Minerva, "repassa esse ágio pro boi que castro todos os meus animais".
Segundo Fábio Dias com R$10,00/@ de prêmio dá para voltar a conversar, pois o diferencial quase repõe a queda de 12% na produtividade entre inteiro e capão. "Seria necessário um prêmio de 12 a 15% para valer a pena castrar os bois confinados. Mas temos que considerar o enorme risco de mercado. Castramos 1 ano antes do abate e se o mercado mudar?"
"A questão é que a carcaça de capão vale R$ 93,00/@ (6,20/kg). Com este preço ainda não dá margem, como premiar?", rebateu Tito Rosa.
Gustavo Figueiredo, entrou na conversa e comentou que todos sabem da superioridade da carne do capão em relação ao inteiro há tempos. "Assim a arroba deve ser paga diferenciada também. Caso contrário ninguém fará este boi".
"O rendimento é muito diferente. Todos sabemos. E falo isto, pois durante anos tentamos implementar este sistema no Bertin, mas nem os proprietários do frigorífico incentivavam a castração, sendo que os confinamentos próprios eram de animais inteiros. Sinceramente acho que nenhum dono de frigorífico tem animal castrado, salvos alguns programas do Marfrig", completou Figueiredo.
Eduardo Lund, de Pelotas/RS, trouxe mais informações comentando: "aqui no sul boi inteiro para abate nem pensar, apesar do Marfrig estar começando projetos para abates de touros".
Vale a pena castrar ou não? Deixe suas opiniões através do espaço para cartas do leitor abaixo.

FONTE: BEEFPOINT

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