quarta-feira, 4 de julho de 2012

Uruguai tem 40% menos gado confinado no primeiro semestre/12


Uma queda de 40% na produção de bovinos confinados foi registrada durante o primeiro semestre do ano, disse o diretor executivo da Associação Uruguaia de Produtores de Carne Intensiva Natural (AUPCIN), Álvaro Ferrés.
“Embora insumos como o sorgo hoje estejam a preços mais baixos que no ano passado, o que ajudaria, o valor dos animais de reposição e, sobretudo, o valor do gado gordo, são desfavoráveis”, disse Ferrés. “Com a atual relação grãos-gado, o preço do novilho deveria ficar em US$ 4 por quilo em segunda balança (hoje está em torno de US$ 3,50), para que os produtores voltem a engordar com grãos”.
Ferrés disse que essa situação ocorre tanto entre produtores quanto na indústria frigorífica. Embora o número que esteja nas mãos dos frigoríficos não seja elevado, ainda que difícil de quantificar, afirmou ele. O que poderia mudar essa situação é que a cota 620 para carnes de alta qualidade tenha um bom desenvolvimento, estimou Ferrés. Se caminhar bem, essa cota daria um impulso importante à produção em estabelecimentos de engorda para os produtores. A partir desse mês, a cota 620 – a União Europeia (UE) abriu a outros países a partir da disputa de carne com hormônios que teve com os Estados Unidos – permite entrar com carnes de alta qualidade ao velho continente com tarifa zero. O volume subirá de 20.000 para 45.700 toneladas e somente cinco países do mundo tem aceso a essa cota, entre eles, o Uruguai.
Essa cota, por suas características, necessitará de uma maior intensificação na produção de carne, para que os animais a serem confinados possam ganhar mais quilos em menos tempo e chegar ao abate com um peso de 500 quilos com menos de 27 meses. A rastreabilidade é a grande arma do Uruguai, já que é a ferramenta mediante a qual se garante a idade dos animais, de acordo com o protocolo de cumprimento da cota.
Para alguns especialistas, a cota 620 transformará o futuro da pecuária uruguaia, ainda que, para outros isso não ocorrerá. O certo é que hoje se deve partir de um recria mais eficiente para poder entrar nos currais com um bezerro mais pesado e de determinada qualidade que lhe permita ganhar quilos.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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