Antecipação do calendário contribuiu para o controle da doença, que deve atingir mais de 94% do rebanho
A primeira etapa da vacinação contra febre aftosa, que se encerrou nesta semana no Estado, pode resultar na imunização de mais de 94% das 13,4 milhões de cabeças de bovídeos - bovinos e bubalinos - previstas para serem vacinadas em maio. O chefe do Serviço de Doenças Vesiculares da Secretaria da Agricultura, Fernando Groff, credita o desempenho positivo às boas condições climáticas que marcaram o período de vacinação, com poucas chuvas. Além disso, a antecipação do calendário para maio possibilitou melhores condições de trabalho a campo. "No auge do inverno, além do frio, os dias ficam mais curtos, o que prejudica o aproveitamento nas mangueiras", disse.
Os números finais da campanha devem ser divulgados no dia 20 de junho, em função do período necessário para totalização dos dados, parte informatizados e parte ainda em papel. Na etapa final de imunização de 2009, em novembro, foram vacinados 92,16% do rebanho gaúcho. O maior índice alcançado nos últimos cinco anos foi registrado na campanha de 2006, quando se atingiu 99,58%.
Groff considera importante promover a discussão sobre a retirada da vacina contra a febre aftosa, com a adesão de toda a cadeia produtiva. O primeiro encontro ocorre no dia 17 de junho, durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa. O veterinário acrescentou que é preciso ter cautela em relação ao tema. A audiência é considerada como o segundo passo no sentido de retirar a vacina, após a aprovação do Código de Defesa Sanitária Animal, que estabelece um novo regramento de fiscalização em saúde para o rebanho gaúcho. O coordenador da Frente para o Agronegócio da Assembleia, Jerônimo Goergen, disse que também está sendo encaminhada a criação do Plano Estadual de Combate à Criminalidade do Campo, para reduzir o problema do abigeato e reduzir a informalidade.
Atualmente Santa Catarina é o único estado brasileiro que possui status de zona livre de aftosa sem vacinação. O Paraná também está em processo para atingir esta condição sanitária, assim como o Uruguai. Para a busca do status sanitário, é necessário que o Estado, após a última vacinação, mantenha-se sem o foco da doença por pelo menos um ano, medida que passará a ser discutida após a audiência pública. "Sabemos que a retirada efetiva da vacinação deve cumprir várias etapas, mas para que isto aconteça, precisamos saber quais são elas. Por isso, um grande debate é necessário e deverá ter o pontapé inicial na audiência", afirmou Goergen.
FONTE: Jornal do Comércio
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