São Paulo – As exportações de carne bovina brasileira ao Oriente Médio avançaram 94% em receita entre janeiro e novembro deste ano sobre o mesmo período do ano passado. O mercado da região foi o que mais aumentou as compras no período, seguido do Norte da África, onde também estão nações árabes. O Norte da África aumentou as importações em 75%, para um faturamento de US$ 573,7 milhões. O Oriente Médio comprou US$ 1,19 bilhão.
“São países produtores de petróleo, onde houve um aumento do poder aquisitivo e melhora da receita. A melhora do poder aquisitivo leva as pessoas a aumentarem o consumo. Também houve aumento da população (nestas regiões)”, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli. No Oriente Médio estão países árabes, mas também há outras nações compradoras de carne, como Israel e Irã.
No total, o Brasil exportou, entre janeiro e novembro, US$ 4,4 bilhões em carnes, o que significou envios de 1,59 milhão de toneladas. Houve aumento de 19% em valores e recuo de 2% no volume. Para o ano, a Abiec reviu sua projeção de exportações de US$ 5 bilhões para baixo e elas devem ficar, segundo Camaradelli, por volta dos US$ 4,9 bilhões. O volume exportado deve chegar a 1,64 milhão de toneladas no ano. Em 2009, a receita com mercado externo foi US$ 4,1 bilhão e os embarques somaram 1,924 milhão de toneladas.
O aumento que deverá ser visto na receita, neste ano, ocorrerá apesar dos percalços enfrentados pelo segmento, como real valorizado, restrição de vendas para os Estados Unidos e União Europeia. Para o ano que vem, a previsão é que a receita de exportação fique entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,5 bilhões. A Abiec, em conjunto com o governo federal, elegeu quatro mercados potenciais para os quais tentará vender mais: China, Angola, Cuba e Marrocos. Também há outros, como Japão e Indonésia, a serem abertos.
Os marroquinos, por exemplo, importam 10,8 mil toneladas de carne ao ano. O Brasil forneceu para o país, que é árabe, 25 toneladas entre janeiro e novembro deste ano. Angola importa 72 mil toneladas ao ano do mundo, sendo que o Brasil forneceu 4,9 mil toneladas até o mês passado para o país. Cuba compra 34,5 mil toneladas do mundo ao ano, das quais 1,9 mil de carne brasileira, e a China importa 398 mil toneladas, sendo que o Brasil vendeu para o país só 1,5 mil toneladas de janeiro a novembro.
O Brasil busca outros mercados, enquanto mantém conversas com Estados Unidos e União Europeia sobre as exportações de carne. Os Estados Unidos restringiram compras de carne do Brasil em função de terem encontrado doses maiores do que o permitido do vermífugo Ivermectina em alguns lotes exportados. As conversas entre os dois países sobre o tema estão andando, mas ainda não foram concluídas. Na tarde desta segunda-feira, deve haver uma conference call entre governos do Brasil e EUA sobre o tema.
Com a União Europeia o Brasil vem tentando se entender a respeito da Cota Hilton. A cota é de cortes especiais do quarto traseiro de novilhos precoces e tem preço que chega a quatro vezes mais do que o da carne comum. O Brasil tem acordo para vender 10 mil toneladas desta carne por ano, com taxa de 20%, em vez de maior, para União Europeia. Mas conseguiu vender, no período de um ano que terminou em junho, nem 10% disto, em função das exigências da UE.
O bloco pede para estas importações só carne de boi no pasto, só que, ao mesmo tempo, faz exigências a respeito de carcaças impossíveis de cumprir alimentando o boi apenas com pasto. Isso vem sendo considerada barreira pelo Brasil, que cogita entrar com um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC)contra a União Européia. As vendas, em receita, para UE, aumentaram em 14% entre janeiro e novembro deste ano para US$ 634 milhões. Para Estados Unidos caíram 81% para US$ 84 milhões.
Fonte: ANBA
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