O tão esperado ano da recuperação do número de abates com a redução da ociosidade nos frigoríficos finalmente chegou: a indústria de carnes do Rio Grande do Sul deve fechar o ano de 2010 com um incremento de 24% no total de animais abatidos, alcançando 1,8 milhão de cabeças, 350 mil a mais do que o registrado em 2009.
"Vamos superar todas as expectativas que apontavam incremento de 15% neste ano, nos aproximando do abate recorde de 2006, quando chegamos a 2,05 milhões de cabeças", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Carne e Derivados do Estado (Sicadergs), Ronei Lauxen, durante análise do setor realizada ontem.
Mesmo frente ao cenário positivo, o dirigente afirma que não foi possível recuperar na totalidade os abates de fêmeas ocorridos em 2005.
No que diz respeito às exportações, a tendência também é de crescimento de 31% nos volumes negociados pelo Estado, passando de 80 mil toneladas para 105 mil toneladas. A Rússia ainda é o principal mercado da carne gaúcha, assim como a União Europeia e do total enviado 60 mil foi de carne processada e 45 mil in natura.
"Mesmo assim temos um foco muito grande no mercado interno, que está aquecido pelo aumento do número de consumidores de carne bovina", disse o dirigente. Entre os entraves para o setor, o presidente destacou o problema do câmbio, que permanece desfavorável.
A expectativa para 2011 é de que haja um crescimento de 7% a 10% nos abates, com a possibilidade de chegar próximo dos 2 milhões de cabeças. "Tivemos um número recorde em 2006 que pode se repetir", disse o dirigente, lembrando que a façanha não será fácil, pois depende da disponibilidade de matéria-prima.
A capacidade instalada da indústria de carnes para abates no Estado chega hoje a 3 milhões de cabeças, das quais 2,4 milhões estão em operação. Em relação aos preços para o próximo ano, Lauxen prevê uma situação de estabilidade ou até mesmo de pequena queda, em torno de 5% nos meses de fevereiro e março. Lauxen disse que é grande a expectativa do setor em relação ao governo Dilma Rousseff, especialmente no que diz respeito à liberação de linhas de financiamento que permitam aos produtores continuarem investindo. "O governo passado teve essa vantagem, liberando recursos para custeio com boas taxas de juros. Esperamos que isso continue."
FONTE: JORNAL DO COMÉRCIO
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