As péssimas condições das estradas agravaram um problema que vem desde o ano passado
SANDRINE GAHYVA Folha do Estado
A capacidade de abate dos frigoríficos em Mato Grosso está mais comprometida ainda neste período chuvoso. Com 30% da estrutura paralisada durante 2010, o setor entra em 2011 com aumento expressivo de sua ociosidade, que já alcança 45% do abate estadual, afetando a comercialização. As causas apontadas pela cadeia produtiva são as más condições da estradas que cortam o Estado, impedindo o acesso até o gado.
As regiões norte, nordeste e noroeste de Mato Grosso são as mais afetadas, sendo elas as que concentram a maior quantidade do rebanho bovino mato-grossense, estimado em 28 milhões de cabeças. Segundo o vice-presidente para a região Leste da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos Rosa, além do fechamento das portas da maioria dos frigoríficos, estas regiões são as que possuem as piores estradas.
O frigorífico Marfrig, por exemplo, reduziu em torno de 30% o número de abates de bovinos oriundos da região médio-norte. Segundo o gerente comercial regional da empresa, Fabion Almeida, a falta de acesso às fazendas faz o frigorífico buscar boi na região de Comodoro, ou seja, 270 km a mais distante, para tentar abater as 1,8 mil cabeças/ dia. “Comprávamos entre 40% e 50% dos animais do médio-norte. Hoje não passa dos 10%. Optamos em percorrer
uma distância maior a ter que ficar no caminho”.
Em Mirassol D’Oeste, o responsável pelas compras de bovinos da Perdigão, Charles Jean, informou que as compras da empresa na região, que em média chegava a ser 20% do total de bois adquiridos, também foram prejudicadas. “Não estamos comprando nada na região norte, porque o tráfego está impossível” .
Outro problema que as estradas esburacadas traduzem é na qualidade final da carne. De acordo com o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat),
Luciano Vacari, o transporte por estas estradas causa muita lesão no gado, afetando diretamente a carcaça. “Onde foi atingida, a carne não tem mais qualidade, portanto, não é comercializada”.
Rosa comenta que este cenário se tornou parte da história de Mato Grosso nesta época do ano. “Algo que deveria, na verdade, ser esquecido”. O vice-presidente da Famato frisa que 70% do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab), imposto cobrado no abate de cada animal, é repassado para a pavimentação das estradas de Mato Grosso. Porém, não está sendo suficiente. Para cada cabeça de gado abatida, cerca de R$ 9 é destinado ao fundo.
DÉFICIT
O setor frigorífico do Estado de Mato Grosso iniciou o ano com 17 das 40 plantas frigoríficas estaduais, que possuem SIF (Serviço de Inspeção Federal), com suas operações paralisadas, reduzindo sua capacidade de abate de 38.406 cabeças de gado por dia para 26.885 bois diariamente, uma retração de 30%. Os dados são do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea).
EXPOINEL
Faturamento de leilões já atingiu 10%do previsto
Com previsão de arrecadar R$ 16 milhões nos 12 leilões de gado de corte, reprodutores e de leite, agendados para a Expoinel Mato Grosso Indoor (Expoinel/ MT), somente nos dois primeiros leilões já foi possível faturar quase 10% do esperado, em torno de R$ 1,3milhão.
No primeiro Leilão de Corte JJ Leilões foram arrematados 621 animais, com um faturamento de R$ 400 mil. O Leilão da capital de gado de corte, organizado pela Samambaia Leilões, faturou R$ 928 mil com a venda de 1.647 animais, sendo 771 machos e 876 fêmeas.
O presidente da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACN-MT), Hermes Botelho, já comemora os bons resultados. “Vivemos um bom momento com a recuperação do preço da arroba e o reflexo disso chega aos leilões”, declara. Na programação da Expoinel MT estão agendados 12 leilões, sendo 07 de gado de corte, 02 leilões de produção e 03 leilões
de elite. Paralelamente acontece a Exposição Internacional Nelore, que marca a abertura do Ranking Estadual da Raça Nelore de Mato Grosso.
Estão inscritos mais de 500 animais para participarem do julgamento que começa no dia 27, domingo, às 08 horas. A Exponel/MT acontece no período de 20 de fevereiro a 04 de março de
2011, no Parque de Exposições Senador Jonas Pinheiro em Cuiabá.
CARNE
Exportações da JBS-Friboi crescem 183,9% em 1 ano
AGÊNCIA ESTADO
O grupo JBS-Friboi obteve a maior porcentual de crescimento nas vendas externas de carne em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgados ontem.
A receita das exportações da companhia no período somou US$ 172,249 milhões, aumento de 183,98%. Em janeiro de 2010, a JBS exportou US$ 60,656 milhões. No ranking das 40 principais exportadoras do país, a JBS aparece em sexto lugar. O Bertin, incorporado em
setembro de 2009 pelo grupo, cujos números ainda são divulgados separadamente pela Secex, não figurou na lista de janeiro.
Porém, entre as companhias do setor, a maior recei- ta com vendas externas é da BRF - Brasil Foods, com US$ 359,866 milhões, aumento de 34,4% ante os US$ 267,738 milhões registrados em janeiro de 2009.
SADIA
Somente a Sadia, que ocupou o quinto lugar no ranking, exportou US$ 199,006 milhões, alta de 58,09%, e a BRF (antiga Perdigão), US$ 160,860 milhões, incremento de 13,40%, ficando em nono lugar na lista. Embora a Sadia tenha sido incorporada contabilmente pela BRF, as empresas continuam separadas operacionalmente, aguardando a aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Secex divulga os dados das duas companhias separadamente.
SEARA
A Seara Alimentos, adquirida pela Marfrig Alimentos no início de 2010, ficou na 24ª posição entre as 40 principais exportadoras do País, com receita de US$ 107,059 milhões, avanço de 86,31% ante os US$ 57,464 milhões de janeiro de 2010. A Marfrig e o frigorífico Minerva não apareceram na lista da Secex de janeiro.
FONTE: ACRIMAT
Nenhum comentário:
Postar um comentário