Leandro Costa
A carne do boi angus, considerada umas das melhores do mundo pela sua maciez e sabor e que até então só podia ser degustada em churrascarias requintadas, agora poderá ser encontrada nos próximos meses nos supermercados de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
O Grupo Marfrig lançou ontem uma linha de cortes da carne de angus para o varejo, com a marca Seara. Ao todo são 23 cortes de traseiro (como picanha, bife ancho, t-bone, entre outros consagrados nas churrascarias) e também de dianteiro. “Não existe carne de segunda nessa linha”, diz o diretor-geral James Cruden, chamando atenção para o nível de qualidade da carne. O objetivo do Marfrig, segundo Cruden, é atingir o público amante e conhecedor de carne.
E o que permitiu ao frigorífico conseguir escala para oferecer a carne no varejo foi o crescimento do Programa de Fomento Marfrig Angus, que incentiva financeiramente os produtores a multiplicar seus rebanhos. O programa funciona da seguinte forma: o Marfrig custeia a sincronização dos cios das matrizes e a inseminação e ainda dá suporte técnico a todas as etapas da produção, como nutrição, acompanhamento do desenvolvimento das carcaças com aparelhos de ultrassom, etc. Ao fim de 18 meses, quando o produtor entrega os animais ao frigorífico, o valor a ser descontado cai proporcionalmente ao nível de rendimento das carcaças.
Desde 2007, quando o programa foi elaborado, a quantidade de fêmeas inseminadas saltou de 25 mil para 60 mil. E a perspectiva é a de que o número chegue a 75 mil até o fim deste ano, o que, segundo o frigorífico, garante a longevidade do fornecimento da nova linha de produtos.
O mesmo modelo de fomento ao produtor permitiu ao Marfrig lançar no varejo, também sob a marca Seara, uma linha de 14 cortes de cordeiro, carne ainda pouco consumida no Brasil mas que na visão do frigorífico tem grande potencial para ser adicionada ao cardápio diário do brasileiro. Desde 2004 a empresa tem feito cruzamentos de reprodutores das raças primera e highlander e hoje possui unidades de terminação de animais no Rio Grande do Sul e em São Paulo, além de ter construído em 2009 uma planta de abate totalmente dedicada a ovinos, com capacidade para 4.500 animais por dia.
Mas, como no caso dos cordeiros é a falta de costume que limita o consumo, a empresa vai investir em ações de marketing, como o lançamento de livros de receitas indicando como preparar a carne.
FONTE: ESTADÃO
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