O Custo Operacional Total (COT) da pecuária de corte subiu 20,9% em 2010, a segunda maior alta dos últimos sete anos, segundo o boletim Ativos da Pecuária de Corte, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base em levantamento feito em 10 Estados.
Se analisado o período de 2004 até o ano passado, o resultado do COT, que inclui os gastos com o rebanho e a recuperação do patrimônio depreciado, só não foi superior ao de 2008, quando os custos totais da atividade cresceram 33,8%. "Em 2010, os custos se mantiveram em alta em 11 dos 12 meses do ano, o que acabou influenciando o resultado final", explica a superintendente técnica da CNA, Rosemeire Cristina dos Santos.
Um dos fatores que mais contribuiu para o aumento do COT, em 2010, foi a elevação de 37,51% das despesas dos pecuaristas com sementes forrageiras. Segundo o estudo da CNA e do Cepea, estes insumos, que originam as pastagens para a alimentação do gado, tiveram quebra de safra devido ao grande volume de chuvas entre as épocas de plantio e de colheita. "Houve falta do insumo no mercado, o que acabou impulsionando os preços", avalia a superintendente técnica da CNA. Os gastos com implementos agrícolas e a utilização de vacinas também influenciaram o resultado do COT no ano passado, com altas de 24,99% e 21,08%, respectivamente.
A reposição do rebanho também foi um forte componente nos custos da pecuária, subindo 19,66%, por causa do aumento dos preços do bezerro, aumentando os gastos dos produtores que optam pela recria, engorda e confinamento dos animais. "Nos últimos anos, houve baixa oferta de animais de reposição, ocasionada pelo excessivo abate de matrizes", justifica Rosemeire. Já as despesas com adubos e corretivos subiram 16,79%, enquanto os desembolsos com suplementação mineral aumentaram 14,42% em 2010. Entre os Estados que fazem parte do levantamento, Goiás registrou a maior alta no COT no ano passado, de 26,58%, seguido de Mato Grosso do Sul (24,45%), Mato Grosso (22,77%) e Paraná (21,72%).
O estudo da CNA e do Cepea também apontou recuperação parcial na margem de lucro do pecuarista no ano passado. Mesmo com a alta do COT, esta se deu em proporção inferior à valorização da arroba do boi, que cresceu 40,40% na média Brasil, em 2010. As maiores altas no preço ocorreram no Pará (42,39%), São Paulo (38,58%), Mato Grosso do Sul (37,3%), Minas Gerais (36,08%) e Rondônia (35,06%).
Veja abaixo o boletim Ativos da Pecuária de Corte na íntegra:
FONTE: BEEFPOINT
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