quinta-feira, 3 de março de 2011

Frigoríficos evitam novas altas, mas mercado segue firme

Nesta semana o mercado do boi gordo seguiu trabalhando em ambiente firme, apesar dos compradores se mostrarem mais cautelosos e avessos a abrir novos preços, e a efetivação de negócios permanece em ritmo lento, na maioria do país.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 105,21/@ na última quarta-feira, registrando desvalorização de 0,28% na semana. O indicador a prazo apresentou recuo de 0,34% no mesmo período (23/02 a 02/03), sendo cotado a R$ 106,78/@, este valor está 36,62% acima do apurado no mesmo período de 2010.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio


O período historicamente considerado como safra já chegou, mas até o momento nada da oferta aparecer. Apesar do Carnaval estar alongando virtualmente as escalas - muitas plantas não irão abater no início da próxima semana - e alguns relatos de lotes maiores aparecendo, no momento os frigoríficos não trabalham com programações confortáveis. Mesmo assim a grande maioria do compradores tentando intensificar a pressão baixista e evita reajustar as ofertas pelo boi gordo, como desejam os pecuaristas. A justificativa para isso é que mesmo com o início do mês de março os preços do mercado da carne ainda não deslancharam.

O leitor do BeefPoint, Cleber Ramos, de Brasília/DF, informou através do formulário de cotações do BeefPoint, que na sua região a arroba do boi gordo está valendo R$ 97,00, com prazo de 10 dias. "Este é valor de um lote de Nelore inteiro com bom acabamento que vendi. O rendimento de carcaça em prática tem dado acima de 53%", completou Ramos.

Manoel Torres Filho, de Tupi Paulista/SP, afirmou que o mercado do boi segue firme, "sempre com aquela briga entre frigorífico querendo pagar 1 ou 2 reais a menos, mas acaba pagando o que o pecuarista quer". Ele completou dizendo que "o mercado de reposição está calmo e com poucos negócios, a oferta de bezerros também não é grande".

O leitor do BeefPoint, Frederico Medeiros de Souza informou através do formulário de cotações do BeefPoint, que na em Rio Maria/PA o boi gordo é negociado a R$ 88,00/@ e a vaca gorda a R$ 80,00, ambos com 30 dias de prazo. "Vendemos um lote de fêmeas hoje a R$80,00/@, tem dias que firmamos a pedida em R$ 82,00, e recusaram. Entregamos a R$80,00, mas as escalas estão curtas, de 2 a 3 dias", completou.

Alfredo Teixeira Louzeiro Filho comentou que "na região sul de Rondônia - que compreende os municípios de Vilhena, Pimenta Bueno, Cacoal e Rolim de Moura - o preço praticado pelos frigoríficos parece cantiga de grilo, todos falam a mesma reza, R$ 90,00 o boi e R$ 80,00 a vaca".

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

No mercado futuro, todos vencimentos do contrato de boi gordo negociados na BM&FBovespa registraram queda esta semana. Março/11 fechou a R$ 103,64/@ na última quarta-feira, acumulando retração de R$ 0,11. Os contratos que vencem em outubro/11, tiveram variação negativa de R$ 1,15, fechando a R$ 104,85/@.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 23/02/11 e 02/03/11



Segundo o Boletim Intercarnes, nesta semana o mercado da carne bovina não apresentou alterações significativas, apesar da expectativa de recuperação de demanda ainda ser bastante otimista, isto somente em função do feriado do carnaval. As ofertas começam a apresentar volumes mais expressivos, em especial para traseiros e os preços no atacado seguem instáveis e indefinidos.

No atacado paulista, o equivalente físico foi calculado em R$ 94,95/@, com retração de 1,03% na semana. Com esta desvalorização e a arroba do boi gordo em ritmo mais firme, o spread (diferença) entre indicador e equivalente subiu para R$ 10,26/@, acima da média dos últimos 12 meses que é de R$ 4,82/@ e registrando um alta de 331% em relação ao valor calculado no mesmo período do ano passado.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico



Tabela 2. Atacado da carne bovina


Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 726,75/cabeça na última quarta-feira, com valorização de 2,91% na semana. A relação de troca está em 1:2,39.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)



Exportações de carne bovina in natura

Gráfico 4. Exportações brasileiras de carne bovina in natura



Segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no mês passado, os exportadores brasileiros de carne bovina in natura enviaram ao exterior 67.000 toneladas, responsáveis por uma receita de US$ 324,7 milhões.

Este resultado é 29,55% superior à receita apurada em janeiro passado e 22,51% maior do que o registrado em fevereiro de 2010. O volume exportado em fevereiro passado foi 29,45% maior que o de janeiro, mas ainda está 9,84% abaixo do embarcado no mesmo mês do ano passado.

Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura



No 1º bimestre, as informações do MDIC apontam que as exportações brasileiras de carne bovina in natura acumularam uma receita de US$ 575,33 milhões - crescimento de 13,68% em relação ao mesmo período de 2010 - e um volume 118.756 toneladas - recuo de 15,98% em relação ao apurado no ano passado.

Isso indica que neste começo de ano o produto brasileiro está mais valorizado no mercado internacional. No mês passado o preço médio da carne bovina in natura brasileira exportada foi de US$ 4846,00/tonelada.

Gráfico 5. Preço médio da carne bovina in natura brasileira exportada


FONTE: BEEFPOINT

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