Ivan Azevedo
O Brasil deve focar em novos mercados para ampliar suas exportações de carne, projeta Paulo Molinari, economista e analista da Safras & Mercado. Para ele, a Europa é um nicho de mercado valioso, mas a obsessão brasileira em atender as exigências sanitárias fez o Brasil perder oportunidades em outras regiões. “Esquece a Europa, temos de buscar quantidade”, sugeriu ao público no encontro de confinadores realizado pela Premix, em Campinas, São Paulo, nesta terça e quarta-feira.
A explicação se fundamenta na gradual queda das exportações brasileiras de carne bovina de 2007 a 2011. No período, o Brasil registrou diferença de 32,2% na quantidade. Se em 2007 foram embarcadas 1,618 milhão de toneladas, no ano passado foram 1,097 milhão de toneladas. “Devemos focar na Ásia, Caribe e África, regiões com alta demanda e que já importam do Brasil”, aponta. A maior demanda contribui para o aumento da produção, melhoria no manejo, facilita o escoamento e a liquidez do mercado interno.
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Ele ainda salienta que o avanço da agricultura em tradicionais áreas de pecuária, como o Triângulo Mineiro, deverá ser registrado também no leste do Mato Grosso até o sul do Pará. “Em cinco anos o cenário da pecuária será outro”, estima Molinari. A intensificação da produção dobrará a quantidade de animais confinados no período e elevar a quantidade de propriedades com o semi-confinamento.
Molinari também destaca que não há motivo para preocupação com preço nem com escassez de oferta de milho para 2012. Isso porque, mesmo com a quebra de produção na Região Sul, a safra nacional será maior que a de 2011. “Basta acompanhar as notícias sobre a safra norte-americana de maio. Caso venha a quebrar a safra por lá, aí sim valerá à pena adquirir o cereal antecipadamente”, avalia.
Fonte: Portal DBO
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