Pensar em viver até os 100 anos, com qualidade de vida, pode estar na mente de muitas pessoas que se sentem ativas e saudáveis depois da terceira idade. Para a medicina, no entanto, a barreira centenária já está ultrapassada e a atenção se volta a quem está disposto a bater recordes de longevidade. Até quando, afinal, será possível viver?
Hoje, a expectativa de vida no Brasil é de 73,5 anos. O Rio Grande do Sul está no terceiro lugar do ranking, só abaixo do Distrito Federal e Santa Catarina: vivemos, em média, 75,3 anos - bem acima do que na década de 80, quando vivíamos cerca de 62 anos.
— Em raros casos, há alguém que vive 120 anos. Biólogos e geneticistas não conseguiram ainda vislumbrar um limite acima disso — afirma o geriatra Newton Terra, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.
A questão que se coloca é: poderíamos transpor, com saúde, essa barreira biológica? A ciência não poupa esforços para fazer com que, um dia, ninguém morra mais de velho. Três pesquisadores americanos ganharam o Prêmio Nobel de Medicina em 2009 (e US$ 466 mil, cada um), por terem começado a decifrar por que nossas células envelhecem. A chave está numa palavra: telômeros, um dos fatores que explicam o processo de envelhecimento. Eles são os fragmentos da ponta dos nossos cromossomos, como "tampas" que os protegem. Quando uma célula se divide, essa tampinha tende a ficar menor — e a célula, a se deteriorar. O processo, repetido a cada divisão celular, faz com que ela envelheça. Ou melhor: que o ser humano envelheça.
Mas em células cancerosas isso não acontece: elas se dividem sem sofrer danos, graças a uma enzima que estimula a construção do telômero, a telomerase. Segundo os vencedores do Nobel, a telomerase trabalha mais nas células cancerosas do que em outras, e as protege. Basicamente, é essa enzima que torna o câncer tão poderoso.
Outra alternativa seria renovar o "combustível". O geneticista britânico Aubrey de Grey, da Universidade de Cambridge, propõe que façamos isso com células-tronco. Injetadas periodicamente em nosso corpo, elas poderiam assumir o papel das células mortas e daquelas danificadas pelo processo natural de divisão celular. Como as células-tronco têm a capacidade de formar novos tecidos e órgãos, elas funcionariam como um remédio, tomado de tempos em tempos no consultório do médico, para evitar e aniquilar doenças. Teríamos órgãos jovens para sempre.
— Faríamos um transplante periódico, e as células-tronco seriam iguais às originais de nosso corpo, só que novas em folha — afirma De Grey.
Resultado: teríamos órgãos jovens para sempre.
Idosos cada vez mais ativos
Porém, enquanto toda esta tecnologia não vem a nosso alcance, o que nos resta é fazer a lição de casa: adotar um estilo de vida saudável, praticar exercícios, alimentar-se adequadamente e manter-se ocupado. Mas da simplicidade aparente desses macetes, revelam-se minúcias que podem ser determinantes para uma vida curta, longa ou muito longa.
Estudiosos da longevidade há 30 anos, profissionais do Kurotel — Centro de Longevidade e Spa apontam o equilíbrio emocional, escolhas positivas de vida, atenção à detalhes da medicina e foco em nutrientes específicos para se viver mais e melhor.
— Haverá uma mudança significativa na sociedade. Há condições de termos idosos muito mais ativos — explica a nutróloga Mariela de Oliveira Silveira.
A perspectiva é de que, em 2050, 25% da população mundial seja de idosos. No Brasil, de acordo com o Censo 2010, os idosos ocupam uma fatia de 7,4% dos 194 milhões de pessoas, e as que estão com mais de 100 anos chegam a 24 mil.
O tema é tão relevante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como tema para este ano "A Boa Saúde Adiciona Vida à Idade", que destaca não só a longevidade, mas também a qualidade de vida.
Um forte candidato
O pecuarista pelotense Genuíno Farias Ferreira é um forte candidato a entrar no time dos centenários. Aos 90 anos, ele caminha a passos rápidos, tem uma fala clara e mantém a mente sempre em atividade.
Durante a semana, trabalha diariamente mantendo com ele a maior responsabilidade sobre os negócios em Pelotas. Nos finais de semana, exercita o corpo com pedaladas na praia do Laranjal.
Na primeira semana de abril, para comemorar as nove décadas de vida, Ferreira pegou o carro e viajou, sozinho, por quase 400 quilômetros até chegar a Gramado. Passou uma semana cuidando da mente e do corpo.
— É preciso gostar de estar vivo, trabalhar e ter uma família com amor e compreensão — ensina.
Mas os segredos de vida de Ferreira vão além. Bem-humorado, ele revela o que parece uma poesia que guia suas atitudes dia a dia: viver sem envelhecer, comer sem engordar, beber sem se embriagar e amar sem complicar.
Hoje, a expectativa de vida no Brasil é de 73,5 anos. O Rio Grande do Sul está no terceiro lugar do ranking, só abaixo do Distrito Federal e Santa Catarina: vivemos, em média, 75,3 anos - bem acima do que na década de 80, quando vivíamos cerca de 62 anos.
— Em raros casos, há alguém que vive 120 anos. Biólogos e geneticistas não conseguiram ainda vislumbrar um limite acima disso — afirma o geriatra Newton Terra, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.
A questão que se coloca é: poderíamos transpor, com saúde, essa barreira biológica? A ciência não poupa esforços para fazer com que, um dia, ninguém morra mais de velho. Três pesquisadores americanos ganharam o Prêmio Nobel de Medicina em 2009 (e US$ 466 mil, cada um), por terem começado a decifrar por que nossas células envelhecem. A chave está numa palavra: telômeros, um dos fatores que explicam o processo de envelhecimento. Eles são os fragmentos da ponta dos nossos cromossomos, como "tampas" que os protegem. Quando uma célula se divide, essa tampinha tende a ficar menor — e a célula, a se deteriorar. O processo, repetido a cada divisão celular, faz com que ela envelheça. Ou melhor: que o ser humano envelheça.
Mas em células cancerosas isso não acontece: elas se dividem sem sofrer danos, graças a uma enzima que estimula a construção do telômero, a telomerase. Segundo os vencedores do Nobel, a telomerase trabalha mais nas células cancerosas do que em outras, e as protege. Basicamente, é essa enzima que torna o câncer tão poderoso.
Outra alternativa seria renovar o "combustível". O geneticista britânico Aubrey de Grey, da Universidade de Cambridge, propõe que façamos isso com células-tronco. Injetadas periodicamente em nosso corpo, elas poderiam assumir o papel das células mortas e daquelas danificadas pelo processo natural de divisão celular. Como as células-tronco têm a capacidade de formar novos tecidos e órgãos, elas funcionariam como um remédio, tomado de tempos em tempos no consultório do médico, para evitar e aniquilar doenças. Teríamos órgãos jovens para sempre.
— Faríamos um transplante periódico, e as células-tronco seriam iguais às originais de nosso corpo, só que novas em folha — afirma De Grey.
Resultado: teríamos órgãos jovens para sempre.
Idosos cada vez mais ativos
Porém, enquanto toda esta tecnologia não vem a nosso alcance, o que nos resta é fazer a lição de casa: adotar um estilo de vida saudável, praticar exercícios, alimentar-se adequadamente e manter-se ocupado. Mas da simplicidade aparente desses macetes, revelam-se minúcias que podem ser determinantes para uma vida curta, longa ou muito longa.
Estudiosos da longevidade há 30 anos, profissionais do Kurotel — Centro de Longevidade e Spa apontam o equilíbrio emocional, escolhas positivas de vida, atenção à detalhes da medicina e foco em nutrientes específicos para se viver mais e melhor.
— Haverá uma mudança significativa na sociedade. Há condições de termos idosos muito mais ativos — explica a nutróloga Mariela de Oliveira Silveira.
A perspectiva é de que, em 2050, 25% da população mundial seja de idosos. No Brasil, de acordo com o Censo 2010, os idosos ocupam uma fatia de 7,4% dos 194 milhões de pessoas, e as que estão com mais de 100 anos chegam a 24 mil.
O tema é tão relevante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como tema para este ano "A Boa Saúde Adiciona Vida à Idade", que destaca não só a longevidade, mas também a qualidade de vida.
Um forte candidato
O pecuarista pelotense Genuíno Farias Ferreira é um forte candidato a entrar no time dos centenários. Aos 90 anos, ele caminha a passos rápidos, tem uma fala clara e mantém a mente sempre em atividade.
Durante a semana, trabalha diariamente mantendo com ele a maior responsabilidade sobre os negócios em Pelotas. Nos finais de semana, exercita o corpo com pedaladas na praia do Laranjal.
Na primeira semana de abril, para comemorar as nove décadas de vida, Ferreira pegou o carro e viajou, sozinho, por quase 400 quilômetros até chegar a Gramado. Passou uma semana cuidando da mente e do corpo.
— É preciso gostar de estar vivo, trabalhar e ter uma família com amor e compreensão — ensina.
Mas os segredos de vida de Ferreira vão além. Bem-humorado, ele revela o que parece uma poesia que guia suas atitudes dia a dia: viver sem envelhecer, comer sem engordar, beber sem se embriagar e amar sem complicar.
FONTE: ZERO HORA
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