quarta-feira, 6 de junho de 2012

Decisão sobre taxação deve sair ainda esta semana

Esta semana, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deverá decidir sobre o pedido de taxação da exportação do gado em pé, requerido pela AssociaçãoBrasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), União Nacional da Indústria e Empresas de Carne (Uniec) e Associação Brasileira de Frigorifícos (Abrafrigo), sob alegação de que a comercialização do boi vivo para fora do país compromete o abastecimento interno.

A solicitação gerou polêmica, especialmente no Pará, que tem o quinto maior rebanho do país e contribui com 90% daexportação de boi vivo do país. O gado é exportado desde 2006 para o Líbano, Turquia e Venezuela.

O secretário estadual de Agricultura, Hildegardo Nunes, recebeu ofício da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), informando que a entidade repudia a taxação. Segundo informou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-MT) no ofício, se a taxação for efetivada, será um grande retrocesso nas relações comerciais do país, pois causará prejuízo à atividade.

CONTRÁRIOS


Segundo Hildegardo Nunes, a taxação da exportação do gado vivo tem despertado posição contrária no setor produtivo de todo o país. O secretário esclarece que no Pará não é diferente. Tanto que como presidente do Conselho do Agronegócio encaminhou informações sobre a atividade no Pará aos ministros da Agricultura, Indústria e Comércio e das Relações Exteriores – integram a Camex. Ele disse que, além da CNA, já obteve resposta de apoio também do Ministério da Agricultura.

“Querem fazer reserva de mercado, pois a exportação do boi vivo representa apenas 1% do abate nacional”, assegura. Ele enfatiza que a atividade para a produção no Pará representa 25%, os outros 75% do rebanho são direcionados para abastecer o mercado interno estadual e nacional.

Segundo Hildegardo, há um excedente da produção bovina no Pará, mas que o parque frigorífico local ainda é insuficiente para absorver. Toda essa superoferta reflete na defasagem de preço, em relação à média nacional, como explica Nunes. Mas, no passado, a defasagem de preço já foi bem maior, já alcançou até 25%. Hoje, oscila entre 5% e 10%. “Se essa taxação for aprovada, o Pará será o maior prejudicado, pois contribui com 90% das vendas de boi vivo pro exterior”, enfatiza.

Atualmente, a arroba do boi é comercializada a R$ 100 no país. No Pará, esse valor cai entre 5% e 10%. Porém, acentua o secretário, os países árabes que comercializam o gado brasileiro exigem o animal vivo por motivos religiosos e a Venezuela, porque tem um parque frigorífico funcionando. “Se o Brasil não oferecer o gado vivo, outros países o farão. Não vão substituir o boi vivo por carne”, esclarece. 

FONTE: Diário do Pará

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