Thales dos Anjos de Faria Vechiato*
Na pecuária dificilmente se adequa a oferta à demanda. Tal fato se deve ao longo ciclo da carne, onde se envolve a cria, recria e engorda, quando comparada às outras atividades do campo. Além disso, tal situação é ainda dependente de fatores climáticos, uma vez que oscilações impactam diretamente no preço final, seja do bezerro ou boi gordo.
Fazendo uma retrospectiva da porteira para dentro, já houve época em que o preço do bezerro chegou a casa de R$ 663 em meados de setembro de 2002, porém com a alta oferta de animais no mesmo ano, a queda da arroba foi inevitável. Nisso, o pecuarista foi obrigado a enviar todo rebanho para abate, inclusive sua fábrica, as fêmeas, para ficar no “azul”.
O abate de vacas que ficava em torno dos 28% em todo do Brasil, neste ano passou para 31, depois 34 e chegou ao ápice dos 37% em 2005, onde permaneceu neste patamar até o ano seguinte. No mesmo período, o preço do boi gordo se manteve em baixa. No entanto, este cenário mudou drasticamente nos últimos anos devido a sua consequência direta do abate indiscriminado de rezes, o que resultou na falta de bezerros de reposição.
O ano de 2007 iniciou-se com sinal de que bons tempos viriam nas fazendas e logo nos primeiros meses ocorreu o esperado: alta procura e baixa oferta, ou seja, preços disparados no mercado da carne. Confinadores, após intensa procura em todo território nacional, eram obrigados a pagar o preço que os pecuaristas queriam em seus bois magros e estes pagavam caro na reposição de bezerros. Essa alta, que desembarcava no frigorífico, chegava à nossas mesas.
Pecuarista de ciclo completo esbanjava alegria e riqueza, pois a arroba atingia cotação histórica (R$ 110/@) em 2008, assim como preço do bezerro (R$ 763), mantendo-se elevados até os dias atuais.
Mesmo período, a população elevava sua renda e queria mais carne, tornando-se exigente neste quesito alimentar. Consumo e exigência maior quanto à qualidade forçam os produtores a elevar suas taxas reprodutivas e dar maior atenção a fase de cria em suas fazendas. O uso das biotecnologias se intensificava; sêmen de touros testados e de alto desempenho produtivo sumia rapidamente dos botijões; frigoríficos pagavam por qualidade quanto ao acabamento de carcaça.
Tempos de glória para amantes do agronegócio. A venda de sêmen saía da evolução negativa e atingia crescimento de 25,5% no gado de corte e a IATF chega a casa do 53,57% em 2011.
Mas e hoje? Quanto se paga no bezerro e na arroba? Esta é uma pergunta que intriga muitos ligados ao mundo do agronegócio. O abate de fêmeas volta à sua normalidade, mas com a seca intensa, os preços do bezerro e arroba ainda são elevados. Com a alta dos alimentos, tudo se encaixa e continuamos com lucro mais baixo. Rumores apontam para um caminho em que 2014 ficará interessante quanto à valorização de bezerros. Será?
Fazendo uma retrospectiva da porteira para dentro, já houve época em que o preço do bezerro chegou a casa de R$ 663 em meados de setembro de 2002, porém com a alta oferta de animais no mesmo ano, a queda da arroba foi inevitável. Nisso, o pecuarista foi obrigado a enviar todo rebanho para abate, inclusive sua fábrica, as fêmeas, para ficar no “azul”.
O abate de vacas que ficava em torno dos 28% em todo do Brasil, neste ano passou para 31, depois 34 e chegou ao ápice dos 37% em 2005, onde permaneceu neste patamar até o ano seguinte. No mesmo período, o preço do boi gordo se manteve em baixa. No entanto, este cenário mudou drasticamente nos últimos anos devido a sua consequência direta do abate indiscriminado de rezes, o que resultou na falta de bezerros de reposição.
O ano de 2007 iniciou-se com sinal de que bons tempos viriam nas fazendas e logo nos primeiros meses ocorreu o esperado: alta procura e baixa oferta, ou seja, preços disparados no mercado da carne. Confinadores, após intensa procura em todo território nacional, eram obrigados a pagar o preço que os pecuaristas queriam em seus bois magros e estes pagavam caro na reposição de bezerros. Essa alta, que desembarcava no frigorífico, chegava à nossas mesas.
Pecuarista de ciclo completo esbanjava alegria e riqueza, pois a arroba atingia cotação histórica (R$ 110/@) em 2008, assim como preço do bezerro (R$ 763), mantendo-se elevados até os dias atuais.
Mesmo período, a população elevava sua renda e queria mais carne, tornando-se exigente neste quesito alimentar. Consumo e exigência maior quanto à qualidade forçam os produtores a elevar suas taxas reprodutivas e dar maior atenção a fase de cria em suas fazendas. O uso das biotecnologias se intensificava; sêmen de touros testados e de alto desempenho produtivo sumia rapidamente dos botijões; frigoríficos pagavam por qualidade quanto ao acabamento de carcaça.
Tempos de glória para amantes do agronegócio. A venda de sêmen saía da evolução negativa e atingia crescimento de 25,5% no gado de corte e a IATF chega a casa do 53,57% em 2011.
Mas e hoje? Quanto se paga no bezerro e na arroba? Esta é uma pergunta que intriga muitos ligados ao mundo do agronegócio. O abate de fêmeas volta à sua normalidade, mas com a seca intensa, os preços do bezerro e arroba ainda são elevados. Com a alta dos alimentos, tudo se encaixa e continuamos com lucro mais baixo. Rumores apontam para um caminho em que 2014 ficará interessante quanto à valorização de bezerros. Será?
Fonte: * Médico veterinário e mestre em clínica médica pela FMVZ/USP
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