Confirmado ontem na presidência da Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, disse que um dos desafios do setor, no Brasil, hoje é procurar alternativas para manter a competitividade em relação a outros países.
"No passado, o fator preponderante, que nos trazia vantagem competitiva, era o menor custo de produção. Mas isso muda num cenário de harmonização de preços externos", afirmou. "O boi deixou de ser carro-chefe da competitividade", acrescentou o dirigente, que atuava no frigorífico JBS e saiu para presidir a Abiec por um ano. Entre as alternativas, ele defende a internalização de tecnologias fabris para aumentar a competitividade na produção, por exemplo.
Outro ponto da "plataforma" de Camardelli na Abiec é buscar alternativas à União Europeia para os cortes nobres bovinos produzidos no Brasil. "Precisamos exportar cortes nobres para ouras regiões que não a Europa". A região restringiu de forma expressiva as importações do Brasil, impondo limites no número de propriedades certificadas para fornecer animais para abate e exportação da carne ao mercado europeu.
Em sua visão, Japão, Coréia do Sul e Taiwan seriam mercados potenciais para esse produto brasileiro de maior valor.
Ele também defendeu uma solução rápida para o caso de resíduos em carne industrializada, que levou a recalls de produto brasileiro nos EUA. Isso permitirá, segundo ele, acelerar as discussões sobre exportação de carne bovina in natura ao mercado americano.
Para Camardelli, o fato de o Brasil ser um dos únicos países capazes de atender à demanda externa por carne pode amenizar a crise no setor de frigoríficos.
FONTE: Valor Econômico
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