terça-feira, 5 de outubro de 2010

Carne bovina vira maior vilã da inflação

SÃO PAULO
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, afirmou ontem que a carne bovina deverá manter o posto de maior vilã da inflação em São Paulo em outubro. Em entrevista à Agência Estado na sede da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ele destacou que as pesquisas de ponta da instituição continuam mostrando que o item continua em processo de aceleração, em função do período de entressafra do produto.
Em setembro, conforme o levantamento da Fipe por meio do IPC, o valor médio da carne bovina subiu 6,60% ante alta de 2,30% verificada em agosto. O comportamento do item foi decisivo para puxar para cima a variação do subgrupo Semielaborados, de 0,54%, em agosto, para 3,22%, no mês seguinte, fazendo com que o grupo Alimentação apresentasse elevação de 1,57% no mês passado ante recuo de 0,15% em agosto.
Na divisão por cortes de carne, também foi constatado avanço mais intenso na maior parte dos preços pesquisados. Bons exemplos foram o acém (alta de 8,30% ante 4,13% em agosto), coxão duro (aumento de 7,86% contra 1,02% no mês anterior), contrafilé (elevação de 7,01% ante 1,93%), costela bovina (alta de 7,84% ante 3,94% em agosto), a picanha (aumento de 6,99% contra 3,87%) e a alcatra (avanço de 5,32% ante 2,21% de agosto).
"A alta deve continuar. Há os fatores da entressafra e os pastos atualmente estão muito ruins para o gado", disse Comune.
Outro item que subiu bastante em setembro e deve permanecer em alta importante em outubro é o frango, segundo o coordenador do IPC. No mês passado, o item apresentou avanço de 7,02%, bem mais significativo que o de 3,40% de agosto.
De acordo com Comune, um fator que puxou a Alimentação para cima em setembro e tende a subir menos em outubro é o pão francês. No mês passado, o item derivado do trigo avançou 3,26% ante variação positiva bem mais modesta, de 0,42%, em agosto.
Para o coordenador do IPC, a Alimentação ainda poderá subir um pouco mais na primeira quadrissemana de outubro, para 1,70%, mas esse será o pico do grupo aguardado pela Fipe. Já para a segunda leitura do mês, especialmente por conta de uma influência de alta menor dos derivados do trigo, Comune prevê uma variação positiva de 1,60% para a Alimentação.
Para a terceira quadrissemana, a estimativa é de uma alta de 1,20% e, para o fechamento de outubro, a expectativa é de 0,70% para o grupo.

FONTE: O DIÁRIO DE MOGI

Nenhum comentário: