O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou no último dia de setembro os dados de abate do 2º trimestre de 2010, ou seja, sempre com 3 meses de atraso, como já é de praxe. Deixando de lado a discussão sobre a falta de número fidedignos no mercado pecuário e baixo interesse do Ministério da Agricultura em disponibilizar uma base ampla e aberta a todos os participantes, a informação divulgada merece destaque e explica a força de alta nos preços.
O volume de animais abatidos no 2º tri/10 foi de 7,6 milhões de cabeças (abate formal), com incremento de 7,2% sobre o 1º tri/10, quando o montante foi de 7,1 milhões de animais, entre bois, vacas, novilhos(as) e vitelos(as). Nesse período o preço do boi gordo subiu 5,8% (variação entre o 1º e 2º trimestre), o que confirma o bom momento econômico brasileiro e força da demanda, uma vez que o consumo foi suficiente para absorver o aumento da produção e ainda forçou a alta no mercado.
No 1º trimestre de 2010 o ritmo de alta do boi gordo era de 1,9% ao mês, reduziu para 1,3% no 2º trimestre pela queda observada em maio (fim da safra) e acelerou para 4,4% no 3º trimestre. Não existem dados públicos até o momento sobre o abate do 3º tri/10, mas estimativas indicam que o ritmo foi de queda no volume e aumento expressivo na ociosidade dos principais frigoríficos. Setembro deve ter registrado o menor volume de abate mensal dos últimos anos e as indústrias de capital aberto ainda sofrem pressão dos acionistas pela redução do custo fixo.
A expectativa pela chegada do gado confinado em outubro, favorecida pelas chuvas ao final de setembro que dificultaram a permanência dos animais no cocho, trazia certo alento à indústria. Entretanto, ainda que o volume de gado confinado tenha aumentado, a disponibilidade de bois de pasto é cada vez menor. A baixa oferta de fêmeas para abate dificulta a vida dos frigoríficos menores e a pressão por novas altas permanece no mercado.
Com isso, o boi registrou o preço máximo da história do mercado pecuário nesta terça-feira (05/10/10) em R$ 94,62/@ à vista, de acordo com levantamento do Cepea/Esalq. Até ontem, o preço máximo era de R$ 94,41/@ e tinha sido registrado em 23/06/08. Interessante destacar que nada indica que este seja o teto e o cenário de curto prazo é positivo.
Definitivamente este é um ano de recuperação da rentabilidade no segmento produtivo, seja na cria, recria-engorda ou ciclo completo.
FONTE: www.agroblog.com.br / autor Leonardo Alencar
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