Os gaúchos dobraram nesta eleição sua representação na bancada ruralista, grupo de pressão formado por deputados federais que defendem os interesses do campo na Câmara Federal. Serão dez representantes no próximo mandato. Mais robusto, o time também ganhou pluralidade ao eleger expoentes da agricultura familiar e dos movimentos sociais rurais. Será o primeiro mandato federal dos petistas Elvino Bohn Gass e Dionilson Marcon, ambos ligados a pequenos produtores e ao movimento sem-terra. O cooperativismo ganha voz com Giovani Cherini (PDT), também estreante em Brasília. Entre os defensores do agronegócio, além dos reeleitos Luis Carlos Heinze e Afonso Hamm, o Partido Progressista (PP) leva para Câmara Jerônimo Goergen. No PMDB, Darcísio Perondi (PMDB) foi reeleito e entra Alceu Moreira. No DEM, as urnas garantiram novo mandato ao veterinário Onyx Lorenzoni. O tucano Nelson Marchezan Júnior completa o grupo. Entre os senadores, a eleição de Ana Amélia Lemos (PP) foi considerada o diferencial por lideranças. Desde Paulo Brossard, na década de 80, não havia um senador gaúcho tão identificado com as causas do setor.
Apesar de robustecida, ainda é cedo para analisar se a bancada nacional ganhou ou perdeu força. Segundo Edélcio Vigna, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), tudo depende do resultado da eleição para a Presidência da República no segundo turno. Ele lembra que, historicamente, os ruralistas têm obtido mais votos para as suas demandas do que o número de deputados e senadores que se dizem defensores do agronegócio. Atualmente, há 230 integrantes da bancada no país identificados com o agronegócio, mas o Inesc ainda não tem o novo mapa rural do Congresso.
Todos os estreantes são deputados estaduais, o que minguará a representação na Assembleia Legislativa mesmo com a eleição pelo Partido dos Trabalhadores de dois novatos fortemente ligados à agricultura familiar e os movimentos sociais do campo: Edegar Pretto e Altemir Tortelli. Ligado à CUT e coordenador da Fetraf-Sul por oito anos, Tortelli chega como porta-voz de 300 mil agricultores familiares nos três estados do Sul. Com a eleição de Tortelli e Pretto e a reeleição de Heitor Schuch (PSB), serão três os defensores das causas dos agricutores familiares na Assembleia. No grupo do agronegócio, ainda figuram Edson Brum (PMDB), Frederico Antunes (PP), Pedro Wespthalen (PP), Gerson Burmann (PDT) e Zila Breintenbach (PSDB), todos reeditando seus mandatos.
FONTE: Correio do Povo
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